sábado, 5 de fevereiro de 2022

LIÇÕES DE UM REI DESOBEDIENTE (1 SAMUEL 15: 1- 35)

 


Desobediência, Orgulho, Autoengano, Rejeição. 


“Enquanto cortava nossa grama, avistei montes arredondados de areia arenosa no que recentemente era um gramado liso. Uma família de toupeiras emigrou de bosques próximos para se estabelecer sob nosso quintal. As pequenas criaturas estavam causando estragos em nosso gramado, cavando o solo e destruindo a bela relva.

De certa forma, a atividade das toupeiras ilustra o lado escuro do coração humano. Na superfície, podemos parecer polidos e educados. Mas a ganância, a luxúria, o fanatismo e os vícios podem causar destruição interior. Mais cedo ou mais tarde, esses pecados se tornarão aparentes. O rei Saul tinha uma falha fatal que apodrecia sob a superfície — rebelião contra Deus. Ele havia sido ordenado a não tomar nenhum dos despojos de guerra dos amalequitas (1Sm 15:3). Mas depois de uma vitória decisiva, ele deixou que os israelitas ficassem com o melhor do gado para si (v.9). Quando o profeta Samuel confrontou o rei, Saul argumentou que havia guardado as ovelhas e os bois para sacrificar a Deus. Mas isso era uma mera cobertura para seu orgulho pecaminoso, que explodiu diante do Deus que ele alegava servir.

O remédio de Deus para a rebelião é a confissão e o arrependimento. Como Saul, você pode estar justificando seu pecado. Confesse e abandone antes que seja tarde demais”. - (Dennis Fisher).


Esta é a última mensagem de nossa série sobre “A Ascensão e Queda de Saul”. Foi uma jornada interessante, pois traçamos a ascensão de Saul à liderança e, em seguida, seu eventual afastamento do Senhor. Anteriormente nesta série, vimos como Deus tirou a dinastia de Saul porque Saul agiu tolamente por medo (1 Samuel 13:13-14). Mas agora chegamos ao estágio final da rejeição de Deus a Saul como rei quando Saul completa sua queda. 


Uma das coisas que enfatizamos nesta série é que Deus deu a Saul tudo o que ele precisava para ter sucesso como rei, mas Saul caiu por causa de suas próprias escolhas tolas. 1 Samuel 15 relata a queda final de Saul em quatro etapas distintas: desobediência, orgulho, autoengano e, finalmente, rejeição. Ao traçarmos a queda final de Saul hoje, examinaremos cada um desses passos e veremos como eles se aplicam às decisões que tomamos em nossas próprias vidas.

 


I. OBEDIÊNCIA PARCIAL É AINDA DESOBEDIÊNCIA  (VS.1-9) 


Começamos com o passo da desobediência e a visão que a passagem de hoje nos ensina especialmente é esta: obediência parcial é ainda desobediência. Às vezes pensamos que se obedecemos parte do que Deus diz, então isso conta como obediência. Mas não é isso que Deus diz. A obediência incompleta é ainda desobediência aos olhos de Deus. 


   

A. As ordens de Deus nem sempre são fáceis de obedecer (vs.1-6) Mateus 16:24 


Esta é uma verdade difícil de aceitar porque as instruções de Deus nem sempre são fáceis de guardar. Veja os versículos 1-6: 


“Samuel disse a Saul: — Foi a mim que o Senhor enviou para ungir você como rei sobre Israel, o povo dele. Agora ouça as palavras do Senhor. Assim diz o Senhor dos Exércitos: “Castigarei Amaleque pelo que fez a Israel, colocando-se no caminho de Israel, quando este saía do Egito. Portanto, vá e ataque os amalequitas, destruindo totalmente aquilo que eles tiverem. Não poupe ninguém. Mate homens e mulheres, meninos e crianças de peito, bois e ovelhas, camelos e jumentos.” Saul convocou o povo e fez a contagem em Telaim: duzentos mil homens de infantaria e dez mil homens de Judá. Saul foi à cidade de Amaleque e pôs emboscadas no vale. Então disse aos queneus: — Vão embora, afastem-se e saiam do meio dos amalequitas, para que eu não destrua vocês juntamente com eles, porque vocês usaram de misericórdia para com todos os filhos de Israel, quando eles saíram do Egito. Assim, os queneus se retiraram do meio dos amalequitas.” 


Agora, esta é uma seção difícil das Escrituras e não temos tempo para descompactar tudo. Nós nos perguntamos sobre Deus ordenando aos israelitas que destruíssem totalmente o inimigo, incluindo todas as mulheres e crianças. Como isso pode estar certo? Se estivéssemos apresentando uma mensagem apenas nestes seis versículos, então levaríamos mais algum tempo para falar sobre Deus como o doador e tomador da vida, e o justo julgamento de Deus sobre o pecado, e como esses eram casos raros no Antigo Testamento onde Deus trouxe seu julgamento final do pecado como sinais e advertências do julgamento por vir. 

Basta dizer: Deus é sempre justo em suas ações; que este foi um dos momentos únicos na história do Antigo Testamento; que Deus escolheu trazer seu justo julgamento por causa de pecado sobre os amalequitas neste momento; e ele estava usando a nação de Israel para fazer isso. Mas isso não torna mais fácil para nós entendermos, nem para Saul obedecer. 


As “guerras santas” do Antigo Testamento só podem ser entendidas corretamente dentro de uma história que revela um Deus que está empenhado em erradicar o pecado e renovar sua criação.  Este ponto parece tão simples e, no entanto, permanece tão profundo... “Guerra Santa” na Bíblia não é “Guerra Santa” O termo guerra santa foi cunhado por um estudioso alemão (Friedrich Schwally) no início de século XX para descrever as guerras encontradas na Bíblia que são semelhantes às que vemos em 1 Samuel 15. Em seu trabalho ele comparou as guerras da Bíblia à jihad islâmica.  Não admira que ele use a linguagem da guerra santa, mas ele está errado na comparação.  A guerra bíblica não é principalmente sobre pessoas saindo para lutar em nome de Deus, mas sim Deus vai lutar em nome de Seu povo.  A maioria dos estudiosos de hoje não usam “guerra santa” para descrever o que encontramos em 1 Samuel 15. Em vez disso, eles usam a linguagem “guerra divina”, e nós seguiremos o exemplo no restante desta discussão. A guerra divina é limitada e não repetível essas guerras foram travadas em um determinado momento em Israel e não devem ser repetida pela Igreja nem ser justificado por nenhum povo do mundo atual. A Igreja não pode usar textos como 1 Samuel 15 para fundamentar sua obediência a Jesus no mundo hoje e sair e “matar os infiéis”.  Tal aplicação descaradamente se rebela contra o ensino claro de Jesus. A guerra divina é comandada por um Deus misericordioso como vimos, chega um ponto em que Deus diz “Basta!”  O pecado tem consequências, e Deus não permite que o pecado destruidor da criação fique sem controle para sempre, como uma rápida leitura do livro de Apocalipse deixa claro!  Deus sairá e derrotará o mal porque Ele é misericordioso com a situação do sofrimento. Além disso, Ele não age por capricho ou por uma explosão de ira.  Em vez disso, Ele estendeu graça sobre graça, com cada bondade recusada.  Finalmente, Sua justiça em relação ao pecado será revelada. A guerra divina não é genocídio ou limpeza étnica, mas a eliminação de Adoração Falsa. A guerra divina representa um ataque focado na religião pecaminosa e idólatra, em vez de simplesmente um ataque às pessoas (Dt 7:3-6; 12:2-3; compare Ex 34:12-13)... Para que o Senhor mostre que os deuses das nações são falsos, e para punir o pecado, um simples sermão não serviria.  Javé demonstrou Sua autoridade sobre deuses e pecado para que o mundo saiba que somente Ele é Deus... Finalmente, gostaríamos de reiterar que a guerra divina não é prática aceitável para a igreja hoje.  As seguintes palavras são instrutivas: No ensino de Jesus, que é uma revitalização da lei do Antigo Testamento, a tarefa do povo do Reino de Deus é amar seus “inimigos” (incluindo nações inimigas) e servi-los com as boas novas do Reino (Mateus 5:43-48, 28:18-20).  O livro de Efésios ensina poderosamente que por causa da vitória de Deus em Cristo, o cristão não faz guerra nem por terra nem por um lugar no mundo.  O mundo inteiro está sob a autoridade de Cristo (Mateus 28:18), e assim o mundo é do Senhor.  Onde quer que um cristão vive no mundo de Deus, ele ou ela se envolve em uma batalha espiritual contra os governantes cósmicos que inutilmente travam guerra contra a vitória de Deus em Cristo (Efésios 5:1-9, 6:10-18).  A “guerra” cristã envolve aprender a viver no triunfo que Deus proveu em Cristo e Seu Reino. - (Heath Thomas and J. D. Greear).


“Embora isso tenha acontecido mais de 400 anos antes, Deus ainda se opunha aos amalequitas porque o tempo não apaga o pecado diante de Deus. Entre os homens, o tempo deve apagar o pecado e os anos devem nos tornar mais tolerantes uns com os outros. Mas diante de Deus, o tempo não pode expiar o pecado. Somente o sangue de Jesus Cristo pode apagar o pecado, não o tempo... As centenas de anos de corações endurecidos e impenitentes os tornaram mais culpados, não menos culpados”. - (David Guzik).


O que de fato Deus exige dele é que ele 'devote' Amaleque à Yahweh. Isso envolverá a destruição dos amalequitas e todos os ligados a eles. A ideia de 'devotar' um povo dessa maneira era que eles fossem consagrados a Deus em julgamento e deveriam ser oferecidos a Ele em sua totalidade. Aqueles que realizavam este trabalho eram vistos como instrumentos de justiça de Deus. Por essa razão, eles não deveriam tirar proveito disso para si mesmos, pois tudo o que estava envolvido era 'consagrado’ e pertencia a Yahweh. Podemos comparar como Jericó também foi anteriormente consagrada a Yahweh e como Acã foi executado porque guardou para si certas 'coisas consagradas' (Josué 6-7). Assim, o que Saul estava sendo chamado a fazer era uma tarefa muito sagrada e, como ele sabia perfeitamente, não executá-la ao pé da letra seria um sacrilégio. Isso não era exclusivo de Israel.


Os mandamentos de Deus aparentemente não são fáceis de obedecer. Jesus disse aos seus discípulos em Mateus 16:24: “Se alguém quer vir após mim, negue a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”.

Negar a si mesmo, tomar a sua cruz, seguir Jesus – esses não são comandos fáceis de obedecer à primeira vista, mas são ordens que dão vida quando ouvimos a voz de Jesus e o seguimos. 


 

  B. Os mandamentos de Deus devem ser totalmente obedecidos (vs. 7-9) Salmo 119:4-5 


Os mandamentos de Deus nem sempre são fáceis de obedecer, mas as Escrituras nos ensinam que os mandamentos de Deus devem ser totalmente obedecidos. Veja os versículos 7-9: 


“Então Saul derrotou os amalequitas, desde Havilá até chegar a Sur, que está diante do Egito. Tomou vivo Agague, rei dos amalequitas, porém destruiu todo o povo a fio de espada. Mas Saul e o povo pouparam Agague, o melhor das ovelhas e dos bois, os animais gordos, os cordeiros e tudo o mais que era bom. A isso não quiseram destruir totalmente; porém toda coisa sem valor e desprezível destruíram”. 


Saul fez parte do que Deus lhe disse para fazer, mas não fez tudo. Ele poupou o rei Agague e o melhor dos animais. Ele manteve o que considerava bom e destruiu o que considerava ruim. Em outras palavras, a obediência de Saul foi apenas parcial e, como já dissemos, obediência parcial é ainda desobediência. 


No Salmo 119, o salmista diz ao Senhor: “Tu ordenaste os teus preceitos, para que os cumpramos à risca. Quem dera fossem firmes os meus passos, para que eu observe os teus decretos” (Salmos 119:4‭-‬5). Os mandamentos de Deus devem ser totalmente praticados. É por isso que precisamos de um Salvador. Somente Jesus cumpriu perfeitamente a todos os mandamentos de Deus. Quando Jesus morreu na cruz, ele ofereceu sua vida perfeita como sacrifício pelos nossos pecados, para que todo aquele que nele crê seja salvo. Só Jesus obedeceu perfeitamente. O resto de nós está agindo em obediência parcial. E obediência incompleta ainda é desobediência. Esse é o nosso primeiro princípio esta noite.‬ ‬‬‬‬‬‬‬‬‬


“Todas as pessoas - nesta passagem é uma hipérbole, como quando alguém diz: "Nós demos uma festa e todos vieram". Não podemos deixar isso sem enfatizar o fato de que Deus sabia o que estava fazendo quando ordenou a destruição dos amalequitas. Foi um deles, Hamã, descendente do rei Agague, que nos tempos de Ester planejou a destruição de todos os judeus da terra, uma trama que exigiu a intervenção do próprio Deus para frustrá-la”. – (Coffman, James Burton).


“Agora, à medida que progredimos na história, entraremos na máquina do tempo, e avançaremos na história algumas centenas de anos. A história que muitos de vocês conhecem, todos vocês já leram a Bíblia, como quando Ester foi escolhida rainha na Pérsia, havia um homem no reino da Pérsia que estava procurando destruir todos os judeus porque ele não suportava este judeu "Mordecai", que se recusou a se curvar a ele. Ele tinha tanto ódio por este homem, ele perpetrou um esquema pelo qual todos os judeus deveriam ser exterminados e ele fez o rei assinar um decreto que em um determinado dia, todos os judeus seriam exterminados em todo o reino da Pérsia. O nome desse homem perverso era Hamã. Mas o que quero destacar é a nacionalidade de Hamã. Ele era um descendente do rei dos amalequitas, "Agague". Ele era um Agagita. Um descendente de Agague, de modo que Saul não obedeceu completamente a Deus, quase custou a Israel toda a sua existência nacional, porque ele falhou em obedecer completamente a ordem de Deus. Quase custou aos judeus na história posterior sua própria existência. Este Hamã, o Agagita, quase os eliminou completamente”. – (Smith, Charles Ward).



II. O ORGULHO PRECEDE A QUEDA  (VS. 10-12) 


Nosso segundo ensinamento é este: o orgulho precede a queda. Lemos em Provérbios 16:18: “O orgulho vem antes da destruição; o espírito altivo, antes da queda” (NVI). Estamos estudando a ascensão e queda de Saul, e por isso não devemos nos surpreender que a presunção tenha sido parte de sua queda. 


   

A. Você entristece a Deus quando peca (vs. 10-11) – Efésios 4:30 


Há algumas coisas que podemos aprender com esta próxima seção de nossa passagem. Em primeiro lugar, saiba que você entristece a Deus quando peca. Você já pensou sobre isso? Você entristece a Deus quando transgride seus mandamentos. Veja os versículos 10-11: 


“Então a palavra do Senhor veio a Samuel, dizendo: — Lamento haver constituído Saul como rei, porque deixou de me seguir e não executou as minhas palavras. Então Samuel ficou triste e clamou ao Senhor durante toda a noite.” ‬‬‬‬‬


“Quando Deus usa linguagem como “Lamento”, Ele está falando em termos que podemos entender.  Isto significa que Ele realmente sente a dor de nossas circunstâncias atuais, mas não que ele desconhece o futuro.  Uma rápida olhada no versículo 29 deve ser suficiente para ilustram isto: “Também a Glória de Israel não mente, nem muda de ideia, porque não é homem, para que mude de ideia”.  Em certo sentido, então, Deus se arrepende, mas certamente não da mesma forma que a humanidade.  Ele sente tristeza e arrependimento por nossas decisões que são prejudiciais, mas Ele certamente não compartilha o sentimento humano generalizado de desejar se pudesse simplesmente voltar e consertar um erro do passado”.- Heath Thomas and J. D. Greear).


A linguagem “mudou de ideia” ou “não mudou de ideia”, quando aplicada a Deus, é antropomórfica (descrevendo Deus em termos humanos). Obviamente, Deus não tem mente ou cérebro como os humanos, visto que Ele é um ser espiritual. Expressões antropomórficas (formas humanas) e antropopáticas (sentimentos humanos) indicam que Deus é como os seres humanos nessas comparações.


Deus sabe todas as coisas, então ele sabia que Saul iria se afastar dele. Mas mesmo que Deus soubesse que Saul ia cair, ele ainda estava triste quando o fez. 


Precisamos lembrar que também entristecemos a Deus quando pecamos. Efésios 4:30 diz: “E não entristeçam o Espírito Santo de Deus, no qual vocês foram selados para o dia da redenção.” Se nos lembrássemos do quanto entristecemos a Deus quando desobedecemos, talvez seríamos motivados a uma maior obediência a ele. 


“O fracasso de Saul em seguir fielmente a Deus também partiu o coração de Samuel. A desobediência dos líderes sempre entristece o coração dos servos fiéis de Deus. Samuel previu as consequências das ações de Saul. O Carmelo (lit. vinha) ficava cerca de 12 quilômetros ao sul e um pouco a leste de Hebron. O monumento que Saul erigiu honrou a si mesmo, não a Deus que lhe deu a vitória. Quando Moisés derrotou os amalequitas, ele construiu um altar (Êxodo 17:15-16); mas quando Saul os derrotou, ele erigiu uma estela, um monumento comemorativo de uma vitória (cf. 2 Samuel 18:18).” -(Constable, Thomas)


B. Orgulho e pecado sempre andam juntos (v. 12) – Provérbios 8:13 


Saiba que você entristece a Deus quando peca e, em segundo lugar, saiba que orgulho e pecado sempre andam juntos. Veja o versículo 12: 


“Samuel madrugou para encontrar Saul pela manhã. Mas anunciaram a Samuel: — Saul já chegou ao Carmelo, e eis que levantou para si um monumento; depois, dando volta, passou e desceu a Gilgal.” 


“Saul estava trás de um nome para si mesmo - seu próprio reino, sua própria estatura.  Por isso é por que ele poupou Agague e o manteve prisioneiro.  Recusar-se a matar Agague não é um ato de misericórdia.  Não, ter um rei inimigo em sua prisão é um enorme aumento de status. Naqueles dias, reis conquistadores frequentemente desfilavam com todos os reis que eles capturavam – emaciado, acorrentado – como um sinal para o mundo: “Eu sou o rei conquistador.  Eu sou o rei dos reis.” – (Heath Thomas and J. D. Greear).


Samuel sai para encontrar Saul, mas Saul está construindo uma coluna para si. Em vez de dar a Deus a glória pela vitória, ele ergue um monumento em sua própria honra. Agora você pode nunca sair por aí construindo marcos de si mesmo, mas há outras maneiras de construirmos monumentos em nossa própria honra hoje. Quando você se gaba de suas próprias realizações, está erguendo um monumento em sua própria homenagem. Quando você se recusa a dar crédito a outra pessoa, você está erguendo uma coluna em sua própria homenagem. Para aqueles de vocês que usam mídias sociais, olhe para seus feeds de mídia social. Você está usando sua influência para encorajar e servir os outros ou todo o seu feed é realmente apenas um grande monumento criado para sua própria glória? Se assim for, isso é orgulho, e orgulho e pecado sempre andam juntos.

O orgulho é pecaminoso, e o pecado é orgulhoso. Pense nisso. Sempre que você escolhe desobedecer, você está escolhendo o seu caminho ao invés do caminho de Deus. Se isso não é orgulho, eu não sei o que é! 


Lemos o seguinte em Provérbios 8:13: “O temor do Senhor consiste em odiar o mal. Eu odeio a soberba, a arrogância, o mau caminho e a boca que fala coisas perversas.” 


Observe como o orgulho, o pecado e o mal estão todos interligados. Você não pode separar o pecado do orgulho. Então esse é o nosso segundo princípio. O orgulho precede a queda, e o orgulho de Saul certamente contribuiu para sua queda. 



III. O PECADO É ENGANOSO  (VS. 13-19) 


Nosso terceiro princípio é este: o pecado é enganoso. O pecado é  ardiloso, e somos especialmente propensos a nós enganar quando se trata de pecado. Você já notou como você se incomoda mais com o pecado de outras pessoas do que com o seu próprio? Isso é porque somos iludidos quando se trata de nosso próprio pecado. 


   

A. Não tente justificar seu pecado (vs. 13-16) – Provérbios 16:2 


Há algumas coisas que podemos aprender com este passo no ciclo descendente de Saul, e a primeira é esta: não tente defender seu pecado. Não se engane sobre o seu próprio pecado. Veja os versículos 13-16: 


“Samuel encontrou Saul, e este lhe disse: — Que você seja bendito do Senhor! Executei as palavras do Senhor. Mas Samuel perguntou: — Então que balido de ovelhas é este nos meus ouvidos e o mugido de bois que estou escutando? Saul respondeu: — Trouxeram isso dos amalequitas. Porque o povo guardou o melhor das ovelhas e dos bois, para os sacrificar ao Senhor, o seu Deus. O resto nós destruímos totalmente. Então Samuel disse a Saul: — Espere! Vou declarar a você o que o Senhor me disse esta noite. Saul respondeu: — Fale.” 


Isso não foi arrependimento verdadeiro e sincero; foi apenas arrependimento labial decorrente de seu medo de perder o reino.


Saul estava cego para seu próprio pecado. Ele realmente teve a ousadia de ir até Samuel e dizer-lhe que havia obedecido a Deus. Samuel não estava acreditando. Ele respondeu: “que balido de ovelhas é esse que ouço com meus próprios ouvidos? Que mugido de bois é esse que estou ouvindo”(NVI). “Respondeu Saul: “Os soldados os trouxeram dos amalequitas; eles pouparam o melhor das ovelhas e dos bois para sacrificarem ao Senhor, o teu Deus, mas destruímos totalmente o restante” (NVI). E então Samuel disse: “Fique quieto! Eu direi a você o que o Senhor me falou esta noite”. Respondeu Saul: “Dize-me” (NVI). 


Provérbios 16:2 diz: “Todos os caminhos de uma pessoa são puros aos seus próprios olhos, mas o Senhor sonda o espírito.” Quando você pecar contra Deus, não tente justificar seu pecado. Como disse Samuel, apenas fique quieto! Pare e confesse seu pecado a Deus para que você possa seguir em frente novamente. 


 

 B. A bondade de Deus deve conduzir à obediência (vs.17-19) – Romanos 2:4 


E então a segunda tese que aprendemos nesta seção é que a bondade de Deus deve induzi-lo à obediência. Veja os versículos 17-19: 


“Samuel continuou: — Não é verdade que, mesmo sendo pequeno aos seus próprios olhos, você foi colocado por cabeça das tribos de Israel? O Senhor o ungiu como rei sobre Israel. O Senhor o enviou a este caminho e disse: “Vá e destrua totalmente esses pecadores, os amalequitas, e lute contra eles, até exterminá-los.” Por que, então, você não deu ouvidos à voz do Senhor, mas se lançou sobre o despojo e fez o que era mau aos olhos do Senhor?” 


Deus tinha sido tão bom para Saul. Ele o tirou do nada e o ungiu como rei. Deu-lhe tudo o que precisava para ter sucesso. E, no entanto, Saul ainda caiu por causa de suas próprias decisões ruins. Uma dessas más decisões foi esquecer a bondade de Deus para com ele. 


Lemos em Romanos 2:4: “Ou será que você despreza a riqueza da bondade, da tolerância e da paciência de Deus, ignorando que a bondade de Deus é que leva você ao arrependimento?”.

O pecado é enganoso, e às vezes podemos esquecer tudo o que Deus fez por nós e quanto devemos a ele. A bondade de Deus deve conduzir à obediência. 



IV. OBEDECER É MELHOR DO QUE  SACRIFICAR  (VS. 20-35) 


Estamos analisando quatro princípios que se alinham com os quatro passos finais de Saul em sua rejeição como rei. 1) A obediência parcial ainda é desobediência. 2) O orgulho precede a queda. 3) O pecado é enganoso. E finalmente 4) Obedecer é melhor do que sacrificar. E há duas coisas que precisamos aprender aqui. 


  

 A. Rejeitar a Palavra de Deus é rebelião contra Deus (vs.20-23) – 1 Tessalonicenses 4:8 


Em primeiro lugar, rejeitar a Palavra de Deus é sublevação contra Deus. Veja os versículos 20-23: 


“Então Saul disse a Samuel: — Pelo contrário, dei ouvidos à voz do Senhor e segui o caminho pelo qual o Senhor me enviou. Eu trouxe Agague, o rei de Amaleque, e destruí totalmente os amalequitas. Mas o povo pegou do despojo ovelhas e bois, o melhor do que estava destinado à destruição para oferecer ao Senhor, o seu Deus, em Gilgal. Porém Samuel disse: — Será que o Senhor tem mais prazer em holocaustos e sacrifícios do que no obedecer à sua palavra? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o ouvir é melhor do que a gordura de carneiros. Porque a rebelião é como o pecado da feitiçaria, e a obstinação é como a idolatria e o culto a ídolos do lar. Por você ter rejeitado a palavra do Senhor, também ele o rejeitou como rei”. 


A observância religiosa sem obediência é vazia diante de Deus. O melhor sacrifício que podemos trazer a Deus é um coração arrependido (Salmo 51:16-17 ) e nossos corpos entregues ao Seu serviço (Romanos 12:1). No sacrifício oferecemos a carne de outra criatura; na obediência, oferecemos nossa própria vontade diante de Deus.


“Por que a rebelião e a desobediência são o pecado da adivinhação? Adivinhação é procurar saber o que fazer de uma maneira que ignora a Palavra e o conselho de Deus. E é exatamente nisso que a desobediência se baseia. Deus diz uma coisa, e nós dizemos: acho que vou consultar outra fonte de sabedoria – a saber: Eu mesmo! A desobediência à Palavra de Deus coloca minha própria sabedoria no lugar da de Deus e, assim, insulta a Deus como a única fonte segura e confiável de sabedoria... Quando Deus diz uma coisa e nós consultamos o pequeno feiticeiro de nossa própria sabedoria e então obstinadamente escolhemos seguir nosso próprio caminho, somos idólatras. Nós não apenas escolhemos nos consultar como uma alternativa a Deus, e assim nos tornamos culpados de adivinhação, mas vamos além disso e realmente valorizamos a direção de nossa própria mente sobre a direção de Deus e nos tornamos culpados de idolatria. E o pior de tudo, o ídolo é o nosso próprio eu. Portanto, é lógico que Deus fica descontente com a desobediência porque em todos os pontos é um ataque à sua glória”.-  (John Piper).


“Toda desobediência consciente é na verdade idolatria, porque transforma a vontade própria, o eu humano, em um deus.” (Keil e Delitzch).


Saul ainda não entendeu. Ele ainda pensa que obediência parcial é obediência e não desobediência. Então Samuel vai direto ao cerne da questão. Saul rejeitou a palavra de Deus e, portanto, Deus o rejeitou. Rejeitar a Palavra de Deus é rebelião contra Deus.

Seus sacrifícios a Deus não têm sentido sem obediência. Keith Green certa vez escreveu uma música com estas palavras escritas da perspectiva de Deus: “Obedecer é melhor do que sacrificar, eu não preciso do seu dinheiro, eu quero a sua vida”. Você não pode simplesmente passar um cheque para Deus e depois viver como quiser. Você precisa seguir a Palavra de Deus. 1 Tessalonicenses 4:8 diz: “Portanto, quem rejeita estas coisas não rejeita uma pessoa, mas rejeita Deus, que também dá o seu Espírito Santo a vocês.” Rejeitar a Palavra de Deus é rebelião contra Deus. 


“Que tipo de Deus você acha que é o Senhor? Ele se deleita em sacrifícios mais do que ouvir e obedecer a sua voz? O discurso de Samuel vai ao cerne da fé bíblica, que é uma resposta ao Deus que falou.  Na sua Palavra Deus deu a conhecer a sua vontade, em forma de promessas e ordens.  A fé bíblica consiste em crer nas promessas de Deus e obedecer aos seus mandamentos.  São dois lados de uma mesma moeda - a resposta adequada ao Deus que falou, que o Novo Testamento chama “a obediência da fé” (Romanos 1:5; 16:26). Mas pensar que a desobediência à Palavra de Deus pode de alguma forma ser compensada por qualquer quantidade de atividade religiosa (como o sacrifício dos animais levados em desafio à palavra de Deus) é totalmente tola”. – (John Woodhouse). 


Qual é a diferença entre obediência e sacrifício? O sacrifício é um aspecto da obediência, mas a obediência envolve mais do que apenas sacrifício. Nunca devemos pensar que podemos compensar nossa falta de obediência a alguns dos mandamentos de Deus fazendo outros sacrifícios por Ele.



B. As consequências da desobediência podem ser duradouras e dolorosas (vs.24-35) – Gálatas 6:7-8 


E, finalmente, as consequências da desobediência podem ser duradouras e dolorosas. Veja os versículos 24-31: 


“Então Saul disse a Samuel: — Pequei, pois transgredi o mandamento do Senhor e as palavras que você falou; porque temi o povo e dei ouvidos à voz deles. Mas agora peço que você perdoe o meu pecado e volte comigo, para que eu adore o Senhor. Porém Samuel disse a Saul: — Não voltarei com você. Por você ter rejeitado a palavra do Senhor, ele também o rejeitou como rei sobre Israel. Quando Samuel se virou para ir embora, Saul o segurou pela borda do manto, e este se rasgou. Então Samuel lhe disse: — Hoje o Senhor rasgou das suas mãos o reino de Israel e o deu a alguém que é melhor do que você. Também a Glória de Israel não mente, nem muda de ideia, porque não é homem, para que mude de ideia. Então Saul disse: — Pequei! Mas honre-me, agora, diante dos anciãos do meu povo e diante de Israel. Volte comigo, para que eu adore o Senhor, seu Deus. Então Samuel seguiu Saul, e este adorou o Senhor.” 


Saul tenta justificar um pecado com outro. “Se ele tivesse temido mais a DEUS, ele temeria menos as PESSOAS .” - (Clarke).


“Na superfície, isso parece arrependimento...  Infelizmente, o que parece arrependimento é na verdade uma fraude.  Isso é evidente de duas maneiras.  Primeiro, para o resto da vida de Saul, ele repetirá essa mesma atitude rebelde.  O arrependimento implica uma mudança, mas Saul nunca evidencia uma.  Segundo, a frase no versículo 25 indica que Saul ainda está pensando em toda a situação incorretamente.  Saul quer “adorar o Senhor”, e ele não está pensando em cantar algumas canções de Deus juntos ou lavar pés de outra pessoa.  Saul quer fazer um sacrifício nacional de ação de graças em nome da vitória.  Ele quer uma grande cerimônia. O problema com isso é que Samuel é o único que pode oferecer uma cerimônia de adoração.  Se Samuel se recusar, isso será uma grande perda de prestígio para Saul. Infelizmente, é com isso que Saul está tão preocupado.  Sua principal preocupação ainda é como ele olha nos olhos das pessoas.  Ele ainda está preocupado com seu status.

Quando Saul, em um ato final de desespero, estendeu a mão e rasgou a ponta do manto de Samuel, sua queda foi completa. Pela graça de Deus, ele se tornou o rei de Israel, mas agora, por uma série de más escolhas, o reino foi arrancado dele e dado a outro”. - Heath Thomas and J. D. Greear).


“A confissão de Saul foi superficial. A palavra hebraica traduzida como "transgredido" ( abarti ) significa "ignorado". Saul apenas admitiu que havia esquecido alguma parte pequena e relativamente sem importância do que Deus havia ordenado (1Sm 14:24). O que Deus chamou de rebelião Saul chamou de descuido. O maior pecado de Saul foi se colocar no lugar de Deus. Ele era culpado de uma espécie de traição, a saber, tentar usurpar a autoridade suprema em Israel. Samuel se recusou a acompanhar Saul porque Saul se recusou a acompanhar Deus (1Sm 14:26)” – (Thomas Constable).


Gálatas 6:7-8 diz: “Não se enganem: de Deus não se zomba. Pois aquilo que a pessoa semear, isso também colherá. Quem semeia para a sua própria carne, da carne colherá corrupção; mas quem semeia para o Espírito, do Espírito colherá vida eterna.”

O homem colhe o que semeia. Como cristão, Deus perdoa todos os seus pecados, mas nem sempre remove as consequências. E essas consequências podem ser duradouras e dolorosas. O

rei Agague é outra pessoa em nossa história que colheu o que semeou. Veja os versículos 32-35, os versículos finais de toda a nossa série: 


Samuel disse: — Tragam aqui Agague, rei dos amalequitas. Agague veio a ele, confiante, e disse: — Certamente já passou a amargura da morte. Mas Samuel disse: — Assim como a sua espada deixou muitas mulheres sem filhos, também a sua mãe ficará sem o seu filho. E Samuel despedaçou Agague diante do Senhor, em Gilgal. Então Samuel foi para Ramá, e Saul voltou para a sua casa, em Gibeá de Saul. Até o final de sua vida, Samuel nunca mais viu Saul; porém tinha pena de Saul. O Senhor lamentou haver constituído Saul como rei sobre Israel. 


“A maioria de nós gosta de pensar que, por mais séria que seja nossa desobediência, uma vez que nos arrependemos desse pecado, somos perdoados e não experimentamos nenhuma perda real. A Escritura ensina que o arrependimento genuíno sempre encontra o perdão, mas não ensina que não há consequências. Na verdade, todo cristão sabe de perdas permanentes que são o resultado de nosso fracasso em viver de acordo com os ideais de Deus para nossas vidas" - (Chafin).



CONCLUSÃO: O trato de Deus com os amalequitas ilustra quão lento Deus é em expressar Sua ira, e ainda como certo é que Seu julgamento cairá sobre os ímpios (Naum 1:3).  Deus havia anunciado em Êxodo 17:14 que ele destruiria os amalequitas por causa de seu ataque perverso contra Israel enquanto eles viajaram pelo deserto.  Muitos anos se passaram, evidenciando a paciência de Deus.  Mas Deus não tinha esquecido, e o pecado de Amaleque tinha agora chegado à plena fruição;  seu julgamento era iminente.

 

Os pecadores muitas vezes interpretam a demora da justiça como evidência da incapacidade de Deus para julgar (Salmos 94:5-11; Ezequiel 12:21–25;  2 Pedro 3:4-7).  Em vez disso, a bondade paciente de Deus é projetada para levar ao arrependimento (Romanos 2:3-4).  Como Deus tem sido paciente com você?  Como você deve se arrepender completamente de seus pecados?

 

 A mera expressão externa de adoração, sem o envolvimento do coração, não significa nada para Deus. Saul desobedeceu ao Senhor e tentou apaziguá-lo através do sacrifício.  O Senhor exige e se deleita na submissão da vontade humana à Sua palavra: “Eis que obedecer é melhor do que sacrificar” (v. 22).  A obediência demonstra nosso amor por Deus (Êxodo 20:6; João 14:21).  Através da obediência do nosso Senhor Jesus Cristo salvou os pecadores e os trouxe para a alegria eterna em Deus (Salmos 40:6-8; Mateus 26:42;  João 4:34;  6:38–40;  17:4;  Romanos  5:19;  Filipenses 2:8).  Portanto, ame a obediência, delicie-se na obediência, valorize a obediência e busque a obediência plena pela graça de Cristo.


A história de Saul é uma história triste e trágica porque era tudo muito desnecessário. Deus levantou Saul desde um começo humilde, deu a Saul tudo que ele precisava para ter sucesso como rei, e Saul se derrubou por causa de suas próprias escolhas tolas. 


É a mesma coisa conosco hoje. Deus deu tudo que você precisa. Ele lhe deu seu Filho, Jesus, para sua salvação. Ele lhe deu seu Espírito Santo para ajudá-lo a crescer. Ele lhe deu Sua Palavra para guiá-lo e mantê-lo no caminho certo. Se cairmos, não é culpa de Deus, mas nossa própria culpa e das escolhas que fizemos. 


O arco da história de Saul era de ascensão e queda, mas a Bíblia mostra uma maneira melhor. Aqui está um versículo sobre você em Tiago 4:10: “Humilhem-se diante do Senhor, e ele os exaltará.” Veja, esse é o arco apropriado para o cristão. Em vez de subir e descer, você desce e sobe. Você se humilha diante de Deus, confessando seu pecado e sua necessidade de um Salvador, e Deus o exalta. 


Esse é um versículo sobre você, e aqui está um versículo sobre Jesus: “ele se humilhou, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz. Por isso também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome” (Filipenses 2:8‭-‬9). A história de Jesus é exatamente o inverso da de Saul. Jesus é o exemplo perfeito de alguém que se humilhou e depois foi exaltado por Deus. Saul é um exemplo negativo, mas Jesus é nosso exemplo positivo. Então, ao deixarmos a ascensão e queda de Saul, vamos fixar nossos olhos em Jesus, que se humilhou e foi exaltado por Deus para sempre. ‬‬‬‬‬‬‬‬


“Ao concluirmos, é correto, como sempre, sair do texto do Antigo Testamento para ver seu cumprimento no Novo Testamento.  Como vimos antes, Saul, o rei que falhou, aponta-nos para o Rei que não falhou.  A diferença que vem com o Novo Testamento é a notícia de que aquele que sem falta trouxe o julgamento de Deus para o mundo inteiro já foi identificado: “Jesus nos mandou pregar ao povo e testemunhar que ele foi constituído por Deus como Juiz de vivos e de mortos” (Atos 10:42; cf. 2 Timóteo 4:1). O dia foi estabelecido (Atos 17:31) quando Jesus, designado rei sobre todo o mundo (Apocalipse 11:15), trará “do justo juízo de Deus, em chama de fogo, tomando vingança contra os que não conhecem a Deus e contra os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus.” (2 Tessalonicenses 1:5, 8).  O evangelho também inclui as maravilhosas notícias que este mesmo Jesus “nos livra da ira vindoura” (1 Tessalonicenses 1:10).  Este evangelho tanto adverte sobre o julgamento vindouro quanto nos chama para o Salvador. A missão de Saul de julgar os amalequitas era uma missão local, de pequena escala, antecipação do julgamento que finalmente virá sobre o mundo inteiro em mãos do rei designado por Deus. Muito do “cristianismo” moderno quer manter Cristo, mas nega o divino julgamento que ele foi designado para trazer.  Tal faz de conta é uma terrível distorção da verdade. Nestes dias de muita violência por motivos religiosos, é muito importante para nós entendermos que não estamos vivendo no tempo do Velho Testamento, quando o julgamento de Deus foi muitas vezes trazido sobre indivíduos e nações pela guerra e outros atos de violência física. A morte e ressurreição de Jesus anuncia o julgamento vindouro de todo o mundo por meio de um “homem que [Deus] escolheu” (Atos 17:31).  Nós encontramo-nos vivendo em uma época em que não cabe ao povo cristão retribuir o mal a ninguém com o mal.  No que depender de nós, devemos viver em paz com todos, deixando toda a vingança para a ira vindoura de Deus (veja Romanos 12:18). Nossa guerra agora é uma batalha espiritual pela proclamação do evangelho, onde a violência física não tem lugar (veja 2 Coríntios 10:3-6; Efésios 6:10-20)... Estamos certos em ver o reinado de Saul como uma tragédia.  No coração desta tragédia está a pecaminosidade humana.  Em Saul, vimos que o líder escolhido pelo povo e para o povo foi desfeito por sua pecaminosidade. Quão diferente foi o dia, muitos anos depois, quando uma voz foi ouvida do céu dizendo: "Este é o meu Filho amado, com quem estou bem agradou” (Mateus 3:17).  Em Jesus temos um rei que “se humilhou tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz” (Filipenses 2:8).  Em completo contraste com a rejeição do rei Saul, o Novo Testamento proclama de Jesus: "Por isso também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai”.  (Filipenses 2:9-11)” – (John Woodhouse).


Pr. Severino Borkoski‬‬‬‬‬‬‬‬‬‬‬‬‬‬‬‬‬‬‬‬