sábado, 5 de fevereiro de 2022

INCONSISTÊNCIA (1 SAMUEL 14.24-52)

 

“Um homem sul-africano surpreendeu com nove homens roubando uma casa. Sete dos ladrões fugiram, mas o dono da casa conseguiu jogar dois na piscina do quintal. Depois de perceber que um dos ladrões não sabia nadar, o dono da casa pulou para salvá-lo. O Cape Times relata que, uma vez fora da piscina, o ladrão molhado chamou seus amigos para voltar. Então ele puxou uma faca e ameaçou o homem que acabara de salvá-lo. O proprietário da casa disse: “Ainda estávamos perto da piscina e, quando vi a faca, joguei-o de volta. Mas ele estava com falta de ar e estava se afogando. Então eu o salvei novamente!” - (Pão Diário 30/06/10). Saul parece ser como um desses ladrões! - Deus, empurrando-o e salvando-o, vez após vez! Você estaria disposto a matar seu filho porque ele comeu um pouco de mel? É certo quebrar um voto tolo? Deus alguma vez nos dá vitória(s)... apesar de nós? Ben Franklin disse: “ Uma colher de mel pega mais moscas do que um galão de vinagre ”. ( 1744 B. Franklin Poor Richard's Almanack. Na verdade, “Palavras ásperas não fazem amigos: uma colher de mel...” Em nossa história ... Jônatas será nosso mel e seu pai, o rei Saul, o vinagre! ... A religião sempre parece estar tentando impressionar (ou Deus ou o homem, ou ambos!) Esta ordem foi apenas mais uma evidência da fé confusa e supersticiosa de Saul. Realmente isso foi impaciência. O que sempre parece nos levar a decisões precipitadas e erradas... um Insensato (24b,25,28b,31b) - Jesus fala  sobre o tempo certo e errado para jejuar: “Então os discípulos de João aproximaram-se dele, dizendo: “Por que nós e os fariseus jejuamos muitas vezes, mas os teus discípulos não jejuam ” E Jesus lhes disse: “Os amigos do noivo podem chorar enquanto o noivo estiver com eles? Mas dias virão em que o esposo lhes será tirado, e então jejuarão” (Mateus 9.14,15). Há um tempo para festejar e um tempo para jejuar e não é sábio misturá-los. Agora, se o Senhor ordenou um jejum, então ele daria a força necessária...  Os soldados na antiguidade tinham que fornecer sua própria comida que vinha dos despojos da guerra. Onde Saul enfraqueceu o exército, Jônatas fortaleceu o exército e o desafiou a novas vitórias... Acho que Jônatas se apegou ao que o grande filósofo Winnie the Pooh disse uma vez: “A única razão para ser uma abelha que eu conheço é fazer mel ... E a única razão para fazer mel, é para que eu possa comê-lo... “Vejam como meus olhos brilham “– Semelhante ao Power Bar de hoje; Géis Combustíveis; ou Monster Energy Drinks. Papa João XXIII disse,  Os homens são como o vinho: alguns se transformam em vinagre, mas os melhores melhoram com a idade. Jônatas  continuará a melhorar com a idade... enquanto o pai ficará cada vez mais azedo! Sua escolha a cada dia... Mel ou Vinagre? (doce ou azedo) Demócrito (contemporâneo de Hipócrates, que viveu até a idade de 109 anos) disse: “O segredo da minha saúde é aplicar mel por dentro e óleo por fora”. – (Bell, Brian).


“As guerras de Saul foram muito poucas registradas, mas há uma exceção na vitória contra os filisteus revelada neste capítulo. Por quê? A resposta está no comportamento vergonhoso e pecaminoso de Saul que impediu que a vitória fosse completa e que levou a uma guerra perpétua com os filisteus por toda a vida de Saul, terminando finalmente em sua morte no Monte Gilboa. Philbeck enumera os pecados de Saul como: ‘(1) Entrar na batalha de Micmás sem esperar o conselho divino (1Sm 14:19); (2) invocar uma maldição egoísta e pagã que privou seu exército do alimento necessário para apoiar sua busca vitoriosa dos filisteus; (3) fazendo com que seu exército, por fadiga e fome, comesse carne inadequadamente sangrada (uma violação da lei de Deus); e (4) condenando seu filho Jônatas à morte’. O povo teve juízo suficiente para anular aquele último pecado estúpido e injustificável de seu rei” - (Coffman, James Burton).


Nossa série de mensagens é chamada “A Ascensão e Queda de Saul”, e estamos nos estágios finais da parte “queda” do reinado de Saul. O incidente de hoje gira em torno de um assunto tão bobo e inconsequente que você pode se perguntar como isso poderia contribuir para a queda de Saul? Basicamente, você pode resumir a passagem de hoje em três palavras: Jônatas come mel. A passagem dos sonhos de todo pastor para pregar – Jônatas come mel. É nisso que tudo se resume, e ainda assim Saul pega esse pequeno ato inocente de seu próprio filho e literalmente o transforma em uma ofensa capital. 


Uma coisa com a qual todos lutamos em nossas vidas é o problema da inconsistência. Todos nós sabemos as coisas que devemos fazer, e às vezes podemos fazer muito bem por curtos períodos de tempo, mas depois voltamos aos velhos hábitos e nossa disciplina recém-descoberta vacila. Às vezes, a inconsistência nos atinge em nossa tomada de decisão. Às vezes tomamos grandes decisões com grandes consequências, e outras vezes tomamos decisões tolas com consequências não tão grandes. Às vezes, oscilamos para frente e para trás em nossa tomada de decisão, e é muito difícil ser consistente.


A consistência é especialmente importante quando se trata de liderança. Os líderes precisam conquistar e manter a confiança de seu povo, e nada mata a influência de um líder mais rapidamente do que a inconsistência.


Hoje vamos olhar para o problema da inconsistência através desta história de Saul, Jônatas e o mel. Até agora vimos Saul agindo tolamente por medo, e na próxima semana o veremos se rebelar em desobediência contra Deus. Mas esta semana seu problema é a inconsistência, oscilando como líder. E isso traz uma lição para nós. Porque muitas vezes não é a rebelião total, mas a inconsistência que nos arrasta para baixo em nossa vida cristã. Precisamos aprender a ser homens e mulheres de Deus consistentes, fiéis e confiáveis.


I. TOMAR DECISÕES TOLAS  (VS. 24-35)


Uma maneira pela qual a inconsistência pode nos prejudicar é na área de tomada de decisões. E é aí que Saul comete seu primeiro erro na passagem de hoje. Ele começa tomando uma decisão muito tola, e então segue com uma decisão muito sábia. Seu verdadeiro problema aqui é a inconsistência. Saul não é consistente na maneira como toma decisões.


   A. Tolo – seguir seus próprios instintos (vs.24-30) – Provérbios 28:26


Então, como você acaba tomando decisões insensatas na vida? Você toma decisões insensatas quando segue seus próprios instintos em vez de seguir a Palavra de Deus. Veja os versículos 24-30 quando começamos a passagem de hoje:


“Assim o Senhor livrou Israel naquele dia. E a batalha passou além de Bete-Áven. Naquele dia os homens de Israel estavam angustiados, porque Saul havia levado o povo a fazer um juramento, dizendo: — Maldito o homem que comer algo antes de anoitecer, antes de eu me vingar dos meus inimigos. Por isso todo o povo se absteve de comer naquele dia. Todo o povo chegou a um bosque onde havia mel no chão. Quando o povo entrou no bosque, eis que o mel estava escorrendo. Mas ninguém provou do mel, porque o povo estava com medo do juramento. Jônatas, porém, não sabia que o pai havia levado o povo a fazer aquele juramento. Por isso, estendeu a ponta da vara que tinha na mão, e a molhou no favo de mel. Quando comeu, os seus olhos voltaram a brilhar. Então alguém do meio do povo disse: — O seu pai levou o povo a jurar solenemente, dizendo: “Maldito o homem que comer algo no dia de hoje.” Por isso o povo está exausto. Então Jônatas disse: — Meu pai trouxe desastre sobre a terra. Vejam como os meus olhos brilham por ter eu provado um pouco deste mel. Teria sido muito melhor se hoje o povo tivesse comido livremente do que encontrou entre os despojos de seus inimigos. A derrota dos filisteus teria sido bem maior!”


“A vontade de Deus e a honra de Deus não eram do interesse de Saul neste juramento pagão. Note o egoísmo: "me vingue de meus inimigos" ARC). Neste relato abreviado, nem todo o juramento foi repetido. Encontra-se o resto em 1 Samuel 14:44 : "Que Deus me castigue se você não for morto, Jônatas." Encontram-se as palavras exatas deste juramento nos lábios da pagã Jezabel (1 Reis 19:2); e a própria Jezabel não poderia ter dito melhor do que Saul...   O juramento de Saul não procede de uma atitude adequada para com o Senhor, mas foi um ato de falso zelo no qual Saul tinha mais consideração por si mesmo do que pela causa do reino de Deus... Saul emitiu essa proibição (no juramento) sem autoridade divina ... E quando o povo declarou Jônatas inocente e o resgatou, declarando que "com Deus fez isso, hoje" (ARC), foi um veredicto divino. Saul não poderia ter deixado de reconhecer então, que não era Jônatas, mas ele mesmo quem pecou e, por meio de seu comando arbitrário e despótico, trouxe culpa sobre Israel, por causa da qual Deus não lhe deu resposta” – (Coffman, James Burton).


 “O zelo apaixonado de Saul, estimulado pelo egoísmo, obstinação e desejo pessoal de vingança faz com que ele perca de vista o comando da natureza, aja cruelmente com seus bravos guerreiros, e mais além, de ferir sua causa. ‘O zelo cego só dói.’ (Berlenb). Nessa proibição havia um orgulho secreto e abuso de poder, pois ele desejava forçar, por assim dizer, uma vitória completa e depois apropriar-se da glória dela. O povo manteve o juramento mesmo sob a mais forte tentação de quebrá-lo” – (Lange, Johann Peter).


É interessante quando você contrasta o primeiro versículo desta passagem com o último versículo da passagem anterior. O versículo 23 nos diz: “Assim o Senhor livrou Israel naquele dia.” e então o versículo 24 nos diz: “Naquele dia os homens de Israel estavam angustiados”. Então, o que aconteceu entre o versículo 23 e o versículo 24? Deus trouxe a vitória, mas Saul trouxe a angústia. Como diz Dale Ralph Davis: “Saul mostra uma estranha habilidade de transformar libertação em angústia”.


E como Saul trouxe angústia? Ao vincular seus homens com um juramento de não comer nada até que a batalha terminasse. Agora não há nada na Palavra de Deus que proíba os soldados de comer no dia da batalha. Tudo isso foi ideia de Saul, e não é preciso muita experiência militar para perceber que é uma ideia terrível. Esta foi uma decisão absurda da parte de Saul. Deus não exigiu isso. Foi completamente desnecessário e, pior ainda, foi prejudicial para a batalha e para os homens de Saul.


Então, por que Saul faria tal coisa? Algumas pessoas acreditam que Saul estava tentando manipular Deus para uma vitória, mas tudo o que conseguiu foi cansar seu próprio exército no dia da batalha. E, como veremos, quase resultou na morte de seu próprio filho que havia conquistado essa vitória.


No versículo 25 a batalha se move da região montanhosa para a floresta. Havia muitas abelhas em Israel, então os soldados encontraram um pouco de mel na floresta. Lembre-se das descrições anteriores da Terra Prometida como uma terra que mana leite e mel. Na providência de Deus, aqui havia uma fonte divinamente suprida de algum alimento extremamente necessário para os homens de Saul, mas nenhum deles podia participar por causa do juramento precipitado de Saul.


Jônatas, no entanto, não sabia sobre o voto, então ele come um pouco do mel e fica imediatamente fortalecido. Quando os soldados lhe contam sobre o juramento, ele não fica impressionado. Ele responde: “Meu pai trouxe desastre sobre a terra ”. Jônatas percebe que por causa da decisão tola de seu pai, a vitória de Israel não foi tão grande ou completa quanto poderia ter sido.


Provérbios 28:26 diz: “Quem confia no seu próprio coração é tolo, mas o que anda em sabedoria será salvo”. Quando você segue seus próprios instintos em vez de seguir a Palavra de Deus, você vai acabar tomando algumas decisões absurdas em sua vida, e essa incongruência vai arrastá-lo para baixo.


Havia mel no chão (v.25): isso era provisão de Deus. O exército israelense estava perseguindo os filisteus em fuga. Estavam todos cansados e famintos. Eles precisavam de energia para continuar a perseguição e terminar a batalha. E Deus providenciou mel na terra.


“Os seus olhos voltaram a brilhar (v.27): — Isso significa simplesmente que a obscuridade natural causada pela exaustão extrema passou quando seu longo jejum foi quebrado; literalmente, seus olhos ficaram brilhantes. Daí o Talmud comenta: ‘Quem sofre os efeitos da fome intensa, que coma mel e outras coisas doces, pois tais comestíveis são eficazes para restaurar a luz dos olhos’ ... Assim, lemos sobre Jônatas: ‘Quando comeu, seus olhos brilharam’ (NVI).—Tratado Yoma, fol. 83 ... ‘Meu pai trouxe desgraça para nós’ (NVI). —Em outras palavras, o voto mal considerado de meu pai nos causou um grave dano em Israel. Se ele não tivesse enfraquecido o povo, impedindo-o de tomar o alimento necessário, nossa vitória teria sido muito mais completa. A exaustão total nos impediu de conseguir nossa vitória” – (Ellicott, Charles John).


 B. Sábio – seguindo a Palavra de Deus (vs. 31-35) – Provérbios 3:5-6


Decisões tolas vêm de seguir seus próprios instintos, mas decisões sábias vêm de seguir a Palavra de Deus. Veja os versículos 31-35:


“Naquele dia derrotaram os filisteus, desde Micmás até Aijalom. O povo estava muito exausto. Então, lançando-se sobre o despojo, pegaram ovelhas, bois e bezerros, e os mataram no chão, e comeram a carne com sangue. Foram contar isto a Saul, dizendo: — Eis que o povo está pecando contra o Senhor, porque comem a carne com sangue. Saul gritou: — Traidores! Rolem para aqui uma grande pedra. E Saul disse mais: — Espalhem-se entre o povo e digam a eles que cada um me traga o seu boi, a sua ovelha, e que os matem aqui, e então comam. E que não pequem contra o Senhor, comendo carne com sangue. Então todo o povo trouxe, de noite, cada um o seu boi e o matou ali. E Saul edificou um altar ao Senhor. Foi o primeiro altar que lhe edificou”.


As tropas perseguiram os filisteus por todo o caminho de Micmás a Aijalom, uma distância de cerca de trinta quilômetros a oeste. Já era noite, o que significava que os homens foram liberados do juramento de Saul, e eles estão com tanta fome que ignoram a ordem de Deus de não comer carne com sangue. Deus proibiu os israelitas de comer carne com sangue porque o sangue representava a vida, ou era a própria vida do animal, e era usado em sacrifícios. Observe o contraste aqui. Jônatas, sem saber, quebrou o juramento de Saul ao comer o mel. Mas agora os homens de Saul estão conscientemente quebrando o mandamento de Deus comendo carne com sangue.


“O povo voou no despojo como pássaros vorazes. Eles estavam tão fracos e famintos que à noite, quando a perseguição terminou, eles agarraram e devoraram o que era comestível do despojo, e não tiveram paciência para esperar a matança e a drenagem do sangue dos animais, da maneira como deveria ter sido feito de acordo com a lei. Mas os comeram com sangue. Assim, aqueles que  com consciência obedeceram aos mandamentos do rei, por medo da maldição, não tiveram escrúpulos em transgredir o mandamento de Deus” – (Benson, Joseph).


“Traidores” (v.33): Saul culpou o povo pelo que foi realmente sua própria culpa. Ele nunca deveria ter feito um mandamento tão burro, e seu mandamento provocou o povo ao pecado.


Surpreendentemente, Saul lida bem com isso. Ele diz a seus homens para não pecar contra o Senhor. Ele monta uma grande pedra onde eles podem abater os animais e drenar o sangue. E ele constrói um altar ao Senhor pela primeira vez, mostrando um desejo sincero de adorar a Deus. Qual é a diferença entre suas decisões sábias agora e suas decisões nescias anteriores? Antes ele estava seguindo seus próprios instintos; agora ele está seguindo a Palavra de Deus. Não é que Saul nunca tenha tomado decisões corretas. É só que ele não foi consistente.


Provérbios 3:5-6 diz o seguinte: “Confie no Senhor de todo o seu coração e não se apoie no seu próprio entendimento. Reconheça o Senhor em todos os seus caminhos, e ele endireitará as suas veredas”. Você quer ser consistente ao tomar decisões sábias em vez de estultas? Então confie no Senhor de todo o seu coração e siga sua Palavra em vez de seguir seus próprios instintos. A consistência vem de seguir a Palavra de Deus.


II. VACILANDO NAS DECISÕES  (VS.36-46)


Mas Saul não estava apenas lutando com consistência quando se tratava de tomar decisões sábias e tolas. Ele também estava tendo problemas por vacilar nas decisões. E há vários princípios bíblicos que podemos aprender com esta próxima seção de nossa passagem que nos ajudarão a permanecer firmes em nossas decisões e a não vacilar como Saul.

  

 A. Não faça promessas que não pode cumprir (vs.36-39) – Gênesis 2:17; Eclesiastes 5:2, 5


Em primeiro lugar, não faça promessas que não pode cumprir. Veja os versículos 36-39:


“Então Saul disse: — Vamos descer esta noite no encalço dos filisteus. Vamos saqueá-los até o raiar do dia, e não deixemos que fique nem sequer um deles. Eles responderam: — Faça como achar melhor. Mas o sacerdote disse: — Vamos primeiro nos aproximar de Deus. Então Saul consultou a Deus, dizendo: — Devo descer no encalço dos filisteus? Tu os entregarás nas mãos de Israel? Porém naquele dia Deus não lhe respondeu. Então Saul disse: — Venham cá, todos os chefes do povo, e informem-se e descubram qual é o pecado que foi cometido hoje. Porque tão certo como vive o Senhor, que salva Israel, ainda que o meu filho Jônatas seja o culpado, certamente morrerá. Porém ninguém de todo o povo lhe respondeu”.


Saul quer continuar a batalha com um ataque noturno aos filisteus. Agora, como líder, ele deveria ter sido aquele que sugerisse que orassem sobre isso primeiro, mas observe que é o sacerdote que traz a questão da oração. No entanto, quando eles perguntam a Deus, eles não recebem uma resposta. Saul raciocina que um de seus homens pecou, e então ele faz um juramento adicional de que quem quer que seja, mesmo que seja seu próprio filho, Jônatas, ele deve morrer.


“’Um cristão não deve começar nada até que primeiro tenha certeza da vontade divina’ - (Starke) — Berlenb disse que ‘Saul como uma figura de forte autoconfiança sempre deseja apenas realizar seus propósitos sem Deus, obter despojos, tornar a vitória maior, aniquilar o inimigo. Nunca lhe passou pela cabeça pedir o conselho de Deus’” -  (Lange, Johann Peter).


Essa frase, “ele deve morrer”, é a mesma expressão usada em Gênesis 2:17 quando Deus disse a Adão: “mas da árvore do conhecimento do bem e do mal você não deve comer; porque, no dia em que dela comer, você certamente morrerá”. A diferença aqui é que quando Deus advertiu Adão sobre o justo castigo por seu pecado, Deus não vacilou, mas seguiu adiante. Saul está apenas fazendo as pazes à medida que avança, e não cumprirá sua promessa. Observe que os soldados que sabiam o que Jônatas fez não disseram uma palavra. Isso mostra sua lealdade e respeito por Jônatas e sua desaprovação de Saul e sua liderança.


Eclesiastes 5:2 , 5 diz o seguinte: “Que a sua boca não se precipite, nem se apresse o seu coração em pronunciar uma palavra diante de Deus. Porque Deus está nos céus, e você, aqui na terra. Portanto, sejam poucas as suas palavras. Melhor é não fazer voto do que fazer e não cumprir”. 

Você precisa ter cuidado com votos e promessas. Se você quer ser firme em sua vida e não vacilar nas decisões, uma boa maneira de começar é não fazer promessas que não pode cumprir.


“Aqui novamente temos uma prova da temeridade e insensatez de Saul, e da violência e impetuosidade de seu temperamento. Como ele havia conjurado antes o povo e os expôs a uma execração proferida da maneira mais imprudente; então agora ele se coloca sob uma execração para matar, como se viu, até mesmo seu filho Jônatas, que havia sido o primeiro e quase único instrumento de efetuar essa libertação gloriosa para Israel, e isso por nenhuma outra falha além de provar um pouco de mel, sem saber que assim se expôs à maldição de seu pai. Mas nenhum homem lhe respondeu. Nenhum daqueles que viram Jônatas comendo informaram contra ele; porque eles estavam convencidos de que sua ignorância o desculpava; e de seu grande amor por Jônatas, a quem eles não exporiam à morte por uma ofensa tão pequena” – (Benson, Joseph).


“Saul pensou que Deus não lhe respondeu porque alguém havia violado sua regra (v. 24), que ele confundiu com a Lei de Deus, chamando a violação de pecado (v. 38; cf. Js. 7:14). Realmente, Deus não lhe respondeu porque Saul foi desleal a Javé. O rei ousadamente jurou que qualquer um que tivesse pecado, o que estava apenas quebrando seu governo, até mesmo Jônatas, morreria (v. 39). Deus identificou Jônatas em vez de Saul como o culpado. Jônatas havia transgredido a ordem do rei embora não tivesse transgredido a ordem de Deus. Na verdade, Jônatas estava executando a vontade de Deus. Jônatas teria que morrer se tivesse quebrado a ordem de Yahweh, como fez Acã. No entanto, o juramento de Saul não estava em um nível tão alto de autoridade, embora Saul pensasse que sim, como fica claro por sua insistência em que Jônatas morresse. Os soldados que haviam concordado com os pedidos de Saul até agora (vv. 36, 40) recusaram-se a seguir suas ordens quando ele ordenou a execução de Jônatas (v. 45). Eles reconheceram que a regra de Saul sobre se abster de comer (v. 24) não era lei divina. Eles viram corretamente que, embora Jônatas tivesse descumprido o voto de Saul, ele havia obedecido à ordem de Deus de expulsar os inimigos de Israel da terra” – (Thomas Constable). 



 B. Esteja disposto a admitir quando estiver errado (vs. 40-44) – Provérbios 28:13


Em segundo lugar, esteja disposto a admitir quando estiver equivocado. Veja os versículos 40-44:


“Então Saul disse a todo o Israel: — Fiquem vocês de um lado, e eu e o meu filho Jônatas ficaremos do outro. E o povo disse a Saul: — Faça como achar melhor. Então Saul falou ao Senhor, Deus de Israel: — Mostra a verdade. Então Jônatas e Saul foram indicados por sorteio, e o povo saiu livre. Então Saul disse: — Lancem a sorte entre mim e Jônatas, meu filho. E Jônatas foi indicado. Então Saul disse a Jônatas: — Diga-me o que foi que você fez. E Jônatas respondeu: — Eu apenas provei um pouco de mel com a ponta da vara que tinha na mão. Eis-me aqui; estou pronto para morrer. Então Saul disse: — Que Deus me castigue se você não for morto, Jônatas”.


Os nomes Urim e Tumim significam “Luzes e Perfeições”. Não temos certeza do que eram ou como eram usados. A maioria pensa que eram um par de pedras, uma clara e outra escura, e cada pedra indicava um “sim” ou “não” de Deus. O Sumo Sacerdote faria uma pergunta a Deus, colocaria a mão no peitoral e puxaria um “sim” ou um “não”.


Foi errado para Saul fazer o juramento, e seria errado para ele quebrá-lo, mas também é errado para ele mantê-lo se foi um juramento errado para começar. Em outras palavras, uma vez que você fez um voto tolo, você está preso. Não importa o que você faça agora, você estará errado. Não há caminho certo a seguir, exceto confessar seu pecado e admitir que está errado.

Mas Saul não faz isso aqui. Em vez de admitir que estava errado, Saul só piora as coisas. Anteriormente, ele amarrou seus homens com um juramento. Agora ele se compromete com um juramento. Saul diz: — “Que Deus me castigue se você não for morto, Jônatas”. Jônatas não morrerá, e Deus tratará Saul com muita severidade. E lembre-se que isso é tudo sobre Jônatas comendo um pouco de mel! 


Provérbios 28:13 diz: “Quem encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e abandona alcançará misericórdia”.

Quando você está em um buraco, você não continua cavando. E quando você errou, em vez de se afundar ainda mais, é muito melhor admitir que esta errado. Isso não é oscilar para frente e para trás. Isso se chama assumir a responsabilidade por suas ações.


“Jônatas foi revelado, mas Jônatas não transgrediu conscientemente, e pela vitória Deus colocou seu selo de aprovação na fé semelhante a Gideão, e o juramento de Saul foi precipitado, imprudente e sem conselho divino; por que, então, a nuvem da indignação divina deveria repousar sobre o povo, e por que o Senhor Deus de Israel deveria designar Jônatas como o ofensor? Nós respondemos: Esta tomada de Jônatas por sorteio não foi uma designação dele como o objeto especial da ira divina, nem as pessoas o entenderam, como vemos em sua ação em resgatá-lo da morte. Mas, embora o revelasse, nenhuma culpa tinha diante de Deus, mostrou que ele era o violador do juramento do rei; e um juramento solene, feito pelo rei ungido do povo escolhido de Deus, embora seja precipitado e imprudente, deve ser vindicado aos olhos da nação como algo que não deve ser tratado com leviandade. A escolha de Jônatas levou a uma investigação de toda a questão do juramento e resultou em mostrar que aquele que violou esse juramento não era tão culpado diante de Deus quanto aquele que o fez. E este resultado mostraria ainda que o pecado do povo em comer com sangue (1Sm 14:33 ) foi uma consequência da imprudência de Saul. O próprio rei, então, tinha sido a causa do problema, e da recusa de Jeová em responder a ele naquele dia, e com um semblante caído e um coração triste ele voltou da perseguição dos filisteus. Aqueles que ocupam altas posições de autoridade entre os homens devem ser extremamente cuidadosos em como lidam com juramentos solenes. Na história israelita, a imprudente adjuração de Saul foi a última relíquia da era dos votos”. -(Whedon, Daniel  C.)


“Então Saul disse a Jônatas: ‘Diga-me o que foi que você fez’ (v. 43a). Isso é uma reminiscência de Samuel interrogando Saul em 1 Samuel 13:11 (e Josué interrogando Acã, Josué 7:19).  ‘O que foi que você fez?’ Aquele que foi condenado no capítulo 13 era agora o interrogador” – (John Woodhouse).


“Saul estava disposto a matar seu próprio filho em vez de admitir humildemente que ele realmente estava em falta. Saul começou como um homem humilde (1Sm 10:21), mas sua humildade uma vez impressionante foi superada pelo orgulho” – (David Guzik).


Estranha perversidade! Aquele que foi tão indulgente a ponto de poupar o perverso Agague, capítulo 15, agora é tão severo a ponto de destruir seu próprio filho!


 C. Não perca a confiança das pessoas (vs. 45) – 1 Coríntios 4:2


Não faça promessas que não pode cumprir. Esteja disposto a admitir quando estiver errado. E, em terceiro lugar, não perca a confiabilidade das pessoas. Veja o versículo 45:


“Mas os homens disseram a Saul: “Porém o povo disse a Saul: — Como é que Jônatas pode ser morto, ele que efetuou tamanha salvação em Israel? Nada disso! Tão certo como vive o Senhor, nem um de seus cabelos cairá no chão! Pois foi com a ajuda de Deus que ele fez isso, hoje. Assim o povo salvou Jônatas, para que não morresse”.


Saul fez um juramento de tirar a vida de Jônatas. Agora os homens de Saul fazem um contra-juramento para salvar a vida de Jônatas. Eles não estão mais ouvindo Saul sobre este assunto. Saul em sua tolice e teimosia havia perdido a confiança de seus homens.


1 Coríntios 4:2 diz: “Ora, além disso, o que se requer destes encarregados é que cada um deles seja encontrado fiel.” Essa palavra fiel significa confiável, consistente. A confiança é uma mercadoria valiosa, e quando você é inconsistente em sua vida, você vai perder a confiança das pessoas.


“Há pelo menos três razões pelas quais foi certo poupar Jônatas mesmo que ele tenha quebrado o juramento. Primeiro, o juramento em si e a penalidade para quem o violasse eram simplesmente leis ruins e tolas e não deveriam ter sido aplicadas. Segundo, Jônatas quebrou o juramento por ignorância. Finalmente, a aprovação de Deus ficou evidente por Sua grande bênção sobre Jônatas (‘pois foi com a ajuda de Deus que ele fez isso, hoje’ ).  A fé ousada de Jônatas em Deus teve muito mais a ver com a vitória naquele dia do que o juramento tolo de Saul” –(David Guzik)


   D. Não se canse e nunca desista (v. 46)  – Gálatas 6:9


E então, finalmente, o quarto princípio desta seção é simplesmente este: não se canse e nunca desista. Veja o versículo 46:


“E Saul deixou de perseguir os filisteus, e estes voltaram para a sua terra.”


Saul e seus homens tinham a vantagem. Eles estavam pressionando o inimigo, mas não terminaram o trabalho. Saul parou de perseguir os filisteus, e eles se retiraram para sua própria terra, onde poderiam se reagrupar, reconstruir e se fortalecer para o próximo ataque.


Portanto, esta é outra maneira de sermos inconsistentes em nossas vidas – quando não terminamos as tarefas que começamos. Gálatas 6:9 diz: “E não nos cansemos de fazer o bem, porque no tempo certo faremos a colheita, se não desanimarmos.” 

Todos nós nos cansamos às vezes, mas isso não significa que você tem que desistir. Deus lhe deu uma boa tarefa para fazer? Então não desista. Fique com ele, e você colherá uma boa colheita no devido tempo.


III. A ESTIMATIVA DO HOMEM VERSUS A ESTIMATIVA DE DEUS  (VS.47-52)


Quero encerrar esta mensagem apenas fazendo um comentário sobre a avaliação do homem sobre sua vida versus a avaliação de Deus. Veja os versículos finais em nossa passagem esta noite:


“Quando assumiu o reinado de Israel, Saul lutou contra todos os seus inimigos ao redor: contra Moabe, os filhos de Amom e Edom; contra os reis de Zobá e os filisteus; e, para onde quer que se voltava, era vitorioso. Lutou com coragem, derrotando os amalequitas e libertando Israel das mãos dos que o saqueavam. Os filhos de Saul eram Jônatas, Isvi e Malquisua. Os nomes de suas duas filhas eram Merabe, a mais velha, e Mical, a mais nova. A mulher de Saul se chamava Ainoã, filha de Aimaás. O nome do general do seu exército era Abner, filho de Ner, tio de Saul. Quis era pai de Saul; e Ner, pai de Abner, era filho de Abiel. Durante todo o reinado de Saul, houve forte guerra contra os filisteus. Por isso, sempre que via um homem forte e valente, Saul o agregava a si.”


“Esta é uma declaração resumida do trabalho de Saul como rei, semelhante a outras declarações resumidas que recebemos sobre outros reis no Antigo Testamento. A diferença é esta: geralmente recebemos a declaração sumária do rei no final de sua vida. Saul ainda tem muitos anos para reinar, mas recebemos sua declaração resumida agora. Mas por que? Porque no que diz respeito a Deus, Saul está acabado. Ele saiu da liderança. Ele ainda é o ungido do Senhor e ainda servirá como rei por muitos anos, mas seus dias estão contados e Deus já escolheu seu substituto. Na verdade, a rejeição final de Saul acontecerá no próximo capítulo. Agora, se tudo o que você já leu sobre Saul foi esta declaração resumida, você pensaria que Saul foi um grande rei. Ele expulsou os inimigos de Israel. Ele lutou bravamente e derrotou os amalequitas. Ele livrou Israel daqueles que os saquearam. Tudo soa muito bem. Mas você sabe o que está faltando nesse resumo do reinado de Saul? Não há uma única menção a Deus. É simplesmente uma aferição humana. Do ponto de vista humano, Saul foi um grande sucesso. Mas, do ponto de vista de Deus, ele foi um fracasso lúgubre. Deus olha para sua obediência e fé para medir sua vida, não seus sucessos mundanos. Muito mais aconteceu no tempo de Saul como rei de Israel do que está registrado neste livro.  Este resumo deixa isso claro.  No entanto, também deixa claro que se Saul foi um fracasso como rei de Israel (e ele certamente foi), não foi por falta de habilidade militar. Seu fracasso, como ouvimos no capítulo 13 e como vimos no capítulo 14, estava em sua não confiança e obedecendo a Deus” – (John Woodhouse).


A passagem termina com um lembrete final de que Saul nunca terminou seu trabalho com os filisteus. Saul lutou contra os filisteus todos os dias de sua vida. Que bom seria se ele tivesse acabado com eles quando teve a chance!


   A. Como as pessoas vão medir sua vida?  - Lucas 9:25


Então isso nos deixa com duas perguntas para nós mesmos esta noite. Em primeiro lugar, como as pessoas vão medir sua vida? Quando alguém fizer a homenagem póstuma em seu funeral, Deus fará parte da história? Será ele a parte central da história? Será impossível contar a história de sua vida sem falar sobre seu amor por Deus, sua fé em Deus, seu serviço à Deus? Ou Deus estará visivelmente ausente como estava no resumo da vida de Saul? Lucas 9:25 diz: “De que adianta uma pessoa ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se ou causar dano a si mesma?” Como as pessoas vão medir sua vida?


   B. Como Deus medirá sua vida? – 1 Coríntios 4.4-5


E então, mais importante, como Deus medirá sua vida? O apóstolo Paulo escreve em 1 Coríntios 4: “Porque a consciência não me acusa de nada. Mas nem por isso me dou por justificado, pois quem me julga é o Senhor. Portanto, não julguem nada antes do tempo, até que venha o Senhor, o qual não somente trará à plena luz as coisas ocultas das trevas, mas também manifestará os desígnios dos corações. E então cada um receberá o seu louvor da parte de Deus” (1Coríntios 4:4‭-‬5). Em última análise, não é o que outras pessoas pensam ou mesmo o que eu penso sobre minha vida que conta, mas o que Deus pensa.‬‬‬‬‬‬


CONCLUSÃO: Saul deu uma ordem muito tola para que seu exército não comesse até que os filisteus fossem derrotados.  Era uma ordem que Deus não havia exigido, e quase custou a vida de Jônatas porque ele não tinha conhecimento do juramento (v. 27).  É de vital importância que os cristãos nunca procurem impor sobre o povo do Senhor aquelas coisas sobre as quais Deus não insistiu.  Muitos na liderança da igreja procuram transformar suas próprias ideias em mandamentos bíblicos.  Nunca façamos um comentário pessoal em preceito.


Saul estava errado em duas coisas: Primeiro, estava errado em pensar que sua ordem produziria uma vitória maior dos israelitas sobre os filisteus. Saul parecia achar que suas ordens resultariam em mais tempo de perseguição à preciosa luz do dia e, assim, mais filisteus seriam mortos. Não funciona desse jeito. À medida que os filisteus procuravam fugir para seu país, a batalha se alastrava para leste, primeiro para Bete-Áven (14:23) e depois para Aijalom (14:31). Os israelitas os perseguiram por mais de 30 quilômetros de território montanhoso, e isto sem comer. Eles ficaram exaustos e debilitados pela fome, e não conseguiram perseguir seus inimigos com tanta eficácia quanto se estivessem bem alimentados.

Saul estava errado ainda numa segunda coisa: Estava errado em supor que a única maneira de alimentar seus guerreiros era com “comida caseira”, o que levaria muito tempo. Saul achava que não existia nenhuma chance de conseguir uma rápida fonte de energia. Ele estava errado. Deus tem uma comida “mais do que pronta” disponível. Ele colocou estrategicamente um favo de mel na floresta, e comê-lo não demoraria absolutamente nada. Os soldados, da mesma maneira que Jônatas, só precisariam enfiar a ponta da vara no mel, tirá-la e levá-la à boca. Não existia comida mais rápida, ou melhor, nos arredores. Este é o alimento mais perfeito e mais natural que alguém poderia esperar. 


 Você está construindo uma vida um dia de cada vez, e Deus está procurando consistência. Você é consistente na leitura da Bíblia, consistente na oração, consistente na frequência à igreja, consistente na comunhão cristã, consistente em dar e consistente em compartilhar sua fé?


Deus está procurando homens e mulheres confiáveis que o sirvam fielmente todos os dias de sua vida. Muitas vezes nos contentamos com o compromisso leviano com o Senhor, mas Deus merece o melhor. Sim, através da morte de Cristo por nós na cruz, há perdão para nós quando caímos. E, a graça de Deus cobre todas as nossas falhas e todos os nossos pecados. Mas vamos nos esforçar por ter consistência em nossa caminhada com Deus pelo resto de nossos dias.


“Saul é uma das grandes figuras trágicas da história mundial e do mundo literário.  Sentimos sua tragédia porque conhecemos suas fraquezas muito bem mesmo.  Saul falhou como eu falhei, como você falhou.  Nós sabemos o que é esquecer Deus, não confiar realmente em Deus e desobedecer a Deus. O que vimos, no entanto, é que tal falta de fé em Deus é, como Samuel havia dito em Gilgal, “tolo”.  Nossos esquemas para nos salvar são prováveis que sejam tão estúpidos quanto o juramento tolo de Saul.  Só Deus pode nos salvar de nossos verdadeiros inimigos.  Ele pode, e ele fará. 

É apropriado que vejamos na história de Saul esta lição para nossas próprias vidas.  Não sejamos como Saul.  Não nos esqueçamos de Deus.  Vamos confiar nele...  Mas a lição mais profunda que devemos aprender com Saul é que nosso fracasso deve apontar-nos para o Rei que é tudo o que Saul deixou de ser.  Se tivermos visto a tolice de Saul, então que isso nos aponte para a sabedoria daquele quem disse: “— Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e bateram com força contra aquela casa, e ela não desabou, porque tinha sido construída sobre a rocha.” (Mateus 7:24‭-‬25.) - (John Woodhouse).‬‬‬‬‬‬


Pr. Severino Borkoski 


LIÇÕES DE UM REI DESOBEDIENTE (1 SAMUEL 15: 1- 35)

 


Desobediência, Orgulho, Autoengano, Rejeição. 


“Enquanto cortava nossa grama, avistei montes arredondados de areia arenosa no que recentemente era um gramado liso. Uma família de toupeiras emigrou de bosques próximos para se estabelecer sob nosso quintal. As pequenas criaturas estavam causando estragos em nosso gramado, cavando o solo e destruindo a bela relva.

De certa forma, a atividade das toupeiras ilustra o lado escuro do coração humano. Na superfície, podemos parecer polidos e educados. Mas a ganância, a luxúria, o fanatismo e os vícios podem causar destruição interior. Mais cedo ou mais tarde, esses pecados se tornarão aparentes. O rei Saul tinha uma falha fatal que apodrecia sob a superfície — rebelião contra Deus. Ele havia sido ordenado a não tomar nenhum dos despojos de guerra dos amalequitas (1Sm 15:3). Mas depois de uma vitória decisiva, ele deixou que os israelitas ficassem com o melhor do gado para si (v.9). Quando o profeta Samuel confrontou o rei, Saul argumentou que havia guardado as ovelhas e os bois para sacrificar a Deus. Mas isso era uma mera cobertura para seu orgulho pecaminoso, que explodiu diante do Deus que ele alegava servir.

O remédio de Deus para a rebelião é a confissão e o arrependimento. Como Saul, você pode estar justificando seu pecado. Confesse e abandone antes que seja tarde demais”. - (Dennis Fisher).


Esta é a última mensagem de nossa série sobre “A Ascensão e Queda de Saul”. Foi uma jornada interessante, pois traçamos a ascensão de Saul à liderança e, em seguida, seu eventual afastamento do Senhor. Anteriormente nesta série, vimos como Deus tirou a dinastia de Saul porque Saul agiu tolamente por medo (1 Samuel 13:13-14). Mas agora chegamos ao estágio final da rejeição de Deus a Saul como rei quando Saul completa sua queda. 


Uma das coisas que enfatizamos nesta série é que Deus deu a Saul tudo o que ele precisava para ter sucesso como rei, mas Saul caiu por causa de suas próprias escolhas tolas. 1 Samuel 15 relata a queda final de Saul em quatro etapas distintas: desobediência, orgulho, autoengano e, finalmente, rejeição. Ao traçarmos a queda final de Saul hoje, examinaremos cada um desses passos e veremos como eles se aplicam às decisões que tomamos em nossas próprias vidas.

 


I. OBEDIÊNCIA PARCIAL É AINDA DESOBEDIÊNCIA  (VS.1-9) 


Começamos com o passo da desobediência e a visão que a passagem de hoje nos ensina especialmente é esta: obediência parcial é ainda desobediência. Às vezes pensamos que se obedecemos parte do que Deus diz, então isso conta como obediência. Mas não é isso que Deus diz. A obediência incompleta é ainda desobediência aos olhos de Deus. 


   

A. As ordens de Deus nem sempre são fáceis de obedecer (vs.1-6) Mateus 16:24 


Esta é uma verdade difícil de aceitar porque as instruções de Deus nem sempre são fáceis de guardar. Veja os versículos 1-6: 


“Samuel disse a Saul: — Foi a mim que o Senhor enviou para ungir você como rei sobre Israel, o povo dele. Agora ouça as palavras do Senhor. Assim diz o Senhor dos Exércitos: “Castigarei Amaleque pelo que fez a Israel, colocando-se no caminho de Israel, quando este saía do Egito. Portanto, vá e ataque os amalequitas, destruindo totalmente aquilo que eles tiverem. Não poupe ninguém. Mate homens e mulheres, meninos e crianças de peito, bois e ovelhas, camelos e jumentos.” Saul convocou o povo e fez a contagem em Telaim: duzentos mil homens de infantaria e dez mil homens de Judá. Saul foi à cidade de Amaleque e pôs emboscadas no vale. Então disse aos queneus: — Vão embora, afastem-se e saiam do meio dos amalequitas, para que eu não destrua vocês juntamente com eles, porque vocês usaram de misericórdia para com todos os filhos de Israel, quando eles saíram do Egito. Assim, os queneus se retiraram do meio dos amalequitas.” 


Agora, esta é uma seção difícil das Escrituras e não temos tempo para descompactar tudo. Nós nos perguntamos sobre Deus ordenando aos israelitas que destruíssem totalmente o inimigo, incluindo todas as mulheres e crianças. Como isso pode estar certo? Se estivéssemos apresentando uma mensagem apenas nestes seis versículos, então levaríamos mais algum tempo para falar sobre Deus como o doador e tomador da vida, e o justo julgamento de Deus sobre o pecado, e como esses eram casos raros no Antigo Testamento onde Deus trouxe seu julgamento final do pecado como sinais e advertências do julgamento por vir. 

Basta dizer: Deus é sempre justo em suas ações; que este foi um dos momentos únicos na história do Antigo Testamento; que Deus escolheu trazer seu justo julgamento por causa de pecado sobre os amalequitas neste momento; e ele estava usando a nação de Israel para fazer isso. Mas isso não torna mais fácil para nós entendermos, nem para Saul obedecer. 


As “guerras santas” do Antigo Testamento só podem ser entendidas corretamente dentro de uma história que revela um Deus que está empenhado em erradicar o pecado e renovar sua criação.  Este ponto parece tão simples e, no entanto, permanece tão profundo... “Guerra Santa” na Bíblia não é “Guerra Santa” O termo guerra santa foi cunhado por um estudioso alemão (Friedrich Schwally) no início de século XX para descrever as guerras encontradas na Bíblia que são semelhantes às que vemos em 1 Samuel 15. Em seu trabalho ele comparou as guerras da Bíblia à jihad islâmica.  Não admira que ele use a linguagem da guerra santa, mas ele está errado na comparação.  A guerra bíblica não é principalmente sobre pessoas saindo para lutar em nome de Deus, mas sim Deus vai lutar em nome de Seu povo.  A maioria dos estudiosos de hoje não usam “guerra santa” para descrever o que encontramos em 1 Samuel 15. Em vez disso, eles usam a linguagem “guerra divina”, e nós seguiremos o exemplo no restante desta discussão. A guerra divina é limitada e não repetível essas guerras foram travadas em um determinado momento em Israel e não devem ser repetida pela Igreja nem ser justificado por nenhum povo do mundo atual. A Igreja não pode usar textos como 1 Samuel 15 para fundamentar sua obediência a Jesus no mundo hoje e sair e “matar os infiéis”.  Tal aplicação descaradamente se rebela contra o ensino claro de Jesus. A guerra divina é comandada por um Deus misericordioso como vimos, chega um ponto em que Deus diz “Basta!”  O pecado tem consequências, e Deus não permite que o pecado destruidor da criação fique sem controle para sempre, como uma rápida leitura do livro de Apocalipse deixa claro!  Deus sairá e derrotará o mal porque Ele é misericordioso com a situação do sofrimento. Além disso, Ele não age por capricho ou por uma explosão de ira.  Em vez disso, Ele estendeu graça sobre graça, com cada bondade recusada.  Finalmente, Sua justiça em relação ao pecado será revelada. A guerra divina não é genocídio ou limpeza étnica, mas a eliminação de Adoração Falsa. A guerra divina representa um ataque focado na religião pecaminosa e idólatra, em vez de simplesmente um ataque às pessoas (Dt 7:3-6; 12:2-3; compare Ex 34:12-13)... Para que o Senhor mostre que os deuses das nações são falsos, e para punir o pecado, um simples sermão não serviria.  Javé demonstrou Sua autoridade sobre deuses e pecado para que o mundo saiba que somente Ele é Deus... Finalmente, gostaríamos de reiterar que a guerra divina não é prática aceitável para a igreja hoje.  As seguintes palavras são instrutivas: No ensino de Jesus, que é uma revitalização da lei do Antigo Testamento, a tarefa do povo do Reino de Deus é amar seus “inimigos” (incluindo nações inimigas) e servi-los com as boas novas do Reino (Mateus 5:43-48, 28:18-20).  O livro de Efésios ensina poderosamente que por causa da vitória de Deus em Cristo, o cristão não faz guerra nem por terra nem por um lugar no mundo.  O mundo inteiro está sob a autoridade de Cristo (Mateus 28:18), e assim o mundo é do Senhor.  Onde quer que um cristão vive no mundo de Deus, ele ou ela se envolve em uma batalha espiritual contra os governantes cósmicos que inutilmente travam guerra contra a vitória de Deus em Cristo (Efésios 5:1-9, 6:10-18).  A “guerra” cristã envolve aprender a viver no triunfo que Deus proveu em Cristo e Seu Reino. - (Heath Thomas and J. D. Greear).


“Embora isso tenha acontecido mais de 400 anos antes, Deus ainda se opunha aos amalequitas porque o tempo não apaga o pecado diante de Deus. Entre os homens, o tempo deve apagar o pecado e os anos devem nos tornar mais tolerantes uns com os outros. Mas diante de Deus, o tempo não pode expiar o pecado. Somente o sangue de Jesus Cristo pode apagar o pecado, não o tempo... As centenas de anos de corações endurecidos e impenitentes os tornaram mais culpados, não menos culpados”. - (David Guzik).


O que de fato Deus exige dele é que ele 'devote' Amaleque à Yahweh. Isso envolverá a destruição dos amalequitas e todos os ligados a eles. A ideia de 'devotar' um povo dessa maneira era que eles fossem consagrados a Deus em julgamento e deveriam ser oferecidos a Ele em sua totalidade. Aqueles que realizavam este trabalho eram vistos como instrumentos de justiça de Deus. Por essa razão, eles não deveriam tirar proveito disso para si mesmos, pois tudo o que estava envolvido era 'consagrado’ e pertencia a Yahweh. Podemos comparar como Jericó também foi anteriormente consagrada a Yahweh e como Acã foi executado porque guardou para si certas 'coisas consagradas' (Josué 6-7). Assim, o que Saul estava sendo chamado a fazer era uma tarefa muito sagrada e, como ele sabia perfeitamente, não executá-la ao pé da letra seria um sacrilégio. Isso não era exclusivo de Israel.


Os mandamentos de Deus aparentemente não são fáceis de obedecer. Jesus disse aos seus discípulos em Mateus 16:24: “Se alguém quer vir após mim, negue a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”.

Negar a si mesmo, tomar a sua cruz, seguir Jesus – esses não são comandos fáceis de obedecer à primeira vista, mas são ordens que dão vida quando ouvimos a voz de Jesus e o seguimos. 


 

  B. Os mandamentos de Deus devem ser totalmente obedecidos (vs. 7-9) Salmo 119:4-5 


Os mandamentos de Deus nem sempre são fáceis de obedecer, mas as Escrituras nos ensinam que os mandamentos de Deus devem ser totalmente obedecidos. Veja os versículos 7-9: 


“Então Saul derrotou os amalequitas, desde Havilá até chegar a Sur, que está diante do Egito. Tomou vivo Agague, rei dos amalequitas, porém destruiu todo o povo a fio de espada. Mas Saul e o povo pouparam Agague, o melhor das ovelhas e dos bois, os animais gordos, os cordeiros e tudo o mais que era bom. A isso não quiseram destruir totalmente; porém toda coisa sem valor e desprezível destruíram”. 


Saul fez parte do que Deus lhe disse para fazer, mas não fez tudo. Ele poupou o rei Agague e o melhor dos animais. Ele manteve o que considerava bom e destruiu o que considerava ruim. Em outras palavras, a obediência de Saul foi apenas parcial e, como já dissemos, obediência parcial é ainda desobediência. 


No Salmo 119, o salmista diz ao Senhor: “Tu ordenaste os teus preceitos, para que os cumpramos à risca. Quem dera fossem firmes os meus passos, para que eu observe os teus decretos” (Salmos 119:4‭-‬5). Os mandamentos de Deus devem ser totalmente praticados. É por isso que precisamos de um Salvador. Somente Jesus cumpriu perfeitamente a todos os mandamentos de Deus. Quando Jesus morreu na cruz, ele ofereceu sua vida perfeita como sacrifício pelos nossos pecados, para que todo aquele que nele crê seja salvo. Só Jesus obedeceu perfeitamente. O resto de nós está agindo em obediência parcial. E obediência incompleta ainda é desobediência. Esse é o nosso primeiro princípio esta noite.‬ ‬‬‬‬‬‬‬‬‬


“Todas as pessoas - nesta passagem é uma hipérbole, como quando alguém diz: "Nós demos uma festa e todos vieram". Não podemos deixar isso sem enfatizar o fato de que Deus sabia o que estava fazendo quando ordenou a destruição dos amalequitas. Foi um deles, Hamã, descendente do rei Agague, que nos tempos de Ester planejou a destruição de todos os judeus da terra, uma trama que exigiu a intervenção do próprio Deus para frustrá-la”. – (Coffman, James Burton).


“Agora, à medida que progredimos na história, entraremos na máquina do tempo, e avançaremos na história algumas centenas de anos. A história que muitos de vocês conhecem, todos vocês já leram a Bíblia, como quando Ester foi escolhida rainha na Pérsia, havia um homem no reino da Pérsia que estava procurando destruir todos os judeus porque ele não suportava este judeu "Mordecai", que se recusou a se curvar a ele. Ele tinha tanto ódio por este homem, ele perpetrou um esquema pelo qual todos os judeus deveriam ser exterminados e ele fez o rei assinar um decreto que em um determinado dia, todos os judeus seriam exterminados em todo o reino da Pérsia. O nome desse homem perverso era Hamã. Mas o que quero destacar é a nacionalidade de Hamã. Ele era um descendente do rei dos amalequitas, "Agague". Ele era um Agagita. Um descendente de Agague, de modo que Saul não obedeceu completamente a Deus, quase custou a Israel toda a sua existência nacional, porque ele falhou em obedecer completamente a ordem de Deus. Quase custou aos judeus na história posterior sua própria existência. Este Hamã, o Agagita, quase os eliminou completamente”. – (Smith, Charles Ward).



II. O ORGULHO PRECEDE A QUEDA  (VS. 10-12) 


Nosso segundo ensinamento é este: o orgulho precede a queda. Lemos em Provérbios 16:18: “O orgulho vem antes da destruição; o espírito altivo, antes da queda” (NVI). Estamos estudando a ascensão e queda de Saul, e por isso não devemos nos surpreender que a presunção tenha sido parte de sua queda. 


   

A. Você entristece a Deus quando peca (vs. 10-11) – Efésios 4:30 


Há algumas coisas que podemos aprender com esta próxima seção de nossa passagem. Em primeiro lugar, saiba que você entristece a Deus quando peca. Você já pensou sobre isso? Você entristece a Deus quando transgride seus mandamentos. Veja os versículos 10-11: 


“Então a palavra do Senhor veio a Samuel, dizendo: — Lamento haver constituído Saul como rei, porque deixou de me seguir e não executou as minhas palavras. Então Samuel ficou triste e clamou ao Senhor durante toda a noite.” ‬‬‬‬‬


“Quando Deus usa linguagem como “Lamento”, Ele está falando em termos que podemos entender.  Isto significa que Ele realmente sente a dor de nossas circunstâncias atuais, mas não que ele desconhece o futuro.  Uma rápida olhada no versículo 29 deve ser suficiente para ilustram isto: “Também a Glória de Israel não mente, nem muda de ideia, porque não é homem, para que mude de ideia”.  Em certo sentido, então, Deus se arrepende, mas certamente não da mesma forma que a humanidade.  Ele sente tristeza e arrependimento por nossas decisões que são prejudiciais, mas Ele certamente não compartilha o sentimento humano generalizado de desejar se pudesse simplesmente voltar e consertar um erro do passado”.- Heath Thomas and J. D. Greear).


A linguagem “mudou de ideia” ou “não mudou de ideia”, quando aplicada a Deus, é antropomórfica (descrevendo Deus em termos humanos). Obviamente, Deus não tem mente ou cérebro como os humanos, visto que Ele é um ser espiritual. Expressões antropomórficas (formas humanas) e antropopáticas (sentimentos humanos) indicam que Deus é como os seres humanos nessas comparações.


Deus sabe todas as coisas, então ele sabia que Saul iria se afastar dele. Mas mesmo que Deus soubesse que Saul ia cair, ele ainda estava triste quando o fez. 


Precisamos lembrar que também entristecemos a Deus quando pecamos. Efésios 4:30 diz: “E não entristeçam o Espírito Santo de Deus, no qual vocês foram selados para o dia da redenção.” Se nos lembrássemos do quanto entristecemos a Deus quando desobedecemos, talvez seríamos motivados a uma maior obediência a ele. 


“O fracasso de Saul em seguir fielmente a Deus também partiu o coração de Samuel. A desobediência dos líderes sempre entristece o coração dos servos fiéis de Deus. Samuel previu as consequências das ações de Saul. O Carmelo (lit. vinha) ficava cerca de 12 quilômetros ao sul e um pouco a leste de Hebron. O monumento que Saul erigiu honrou a si mesmo, não a Deus que lhe deu a vitória. Quando Moisés derrotou os amalequitas, ele construiu um altar (Êxodo 17:15-16); mas quando Saul os derrotou, ele erigiu uma estela, um monumento comemorativo de uma vitória (cf. 2 Samuel 18:18).” -(Constable, Thomas)


B. Orgulho e pecado sempre andam juntos (v. 12) – Provérbios 8:13 


Saiba que você entristece a Deus quando peca e, em segundo lugar, saiba que orgulho e pecado sempre andam juntos. Veja o versículo 12: 


“Samuel madrugou para encontrar Saul pela manhã. Mas anunciaram a Samuel: — Saul já chegou ao Carmelo, e eis que levantou para si um monumento; depois, dando volta, passou e desceu a Gilgal.” 


“Saul estava trás de um nome para si mesmo - seu próprio reino, sua própria estatura.  Por isso é por que ele poupou Agague e o manteve prisioneiro.  Recusar-se a matar Agague não é um ato de misericórdia.  Não, ter um rei inimigo em sua prisão é um enorme aumento de status. Naqueles dias, reis conquistadores frequentemente desfilavam com todos os reis que eles capturavam – emaciado, acorrentado – como um sinal para o mundo: “Eu sou o rei conquistador.  Eu sou o rei dos reis.” – (Heath Thomas and J. D. Greear).


Samuel sai para encontrar Saul, mas Saul está construindo uma coluna para si. Em vez de dar a Deus a glória pela vitória, ele ergue um monumento em sua própria honra. Agora você pode nunca sair por aí construindo marcos de si mesmo, mas há outras maneiras de construirmos monumentos em nossa própria honra hoje. Quando você se gaba de suas próprias realizações, está erguendo um monumento em sua própria homenagem. Quando você se recusa a dar crédito a outra pessoa, você está erguendo uma coluna em sua própria homenagem. Para aqueles de vocês que usam mídias sociais, olhe para seus feeds de mídia social. Você está usando sua influência para encorajar e servir os outros ou todo o seu feed é realmente apenas um grande monumento criado para sua própria glória? Se assim for, isso é orgulho, e orgulho e pecado sempre andam juntos.

O orgulho é pecaminoso, e o pecado é orgulhoso. Pense nisso. Sempre que você escolhe desobedecer, você está escolhendo o seu caminho ao invés do caminho de Deus. Se isso não é orgulho, eu não sei o que é! 


Lemos o seguinte em Provérbios 8:13: “O temor do Senhor consiste em odiar o mal. Eu odeio a soberba, a arrogância, o mau caminho e a boca que fala coisas perversas.” 


Observe como o orgulho, o pecado e o mal estão todos interligados. Você não pode separar o pecado do orgulho. Então esse é o nosso segundo princípio. O orgulho precede a queda, e o orgulho de Saul certamente contribuiu para sua queda. 



III. O PECADO É ENGANOSO  (VS. 13-19) 


Nosso terceiro princípio é este: o pecado é enganoso. O pecado é  ardiloso, e somos especialmente propensos a nós enganar quando se trata de pecado. Você já notou como você se incomoda mais com o pecado de outras pessoas do que com o seu próprio? Isso é porque somos iludidos quando se trata de nosso próprio pecado. 


   

A. Não tente justificar seu pecado (vs. 13-16) – Provérbios 16:2 


Há algumas coisas que podemos aprender com este passo no ciclo descendente de Saul, e a primeira é esta: não tente defender seu pecado. Não se engane sobre o seu próprio pecado. Veja os versículos 13-16: 


“Samuel encontrou Saul, e este lhe disse: — Que você seja bendito do Senhor! Executei as palavras do Senhor. Mas Samuel perguntou: — Então que balido de ovelhas é este nos meus ouvidos e o mugido de bois que estou escutando? Saul respondeu: — Trouxeram isso dos amalequitas. Porque o povo guardou o melhor das ovelhas e dos bois, para os sacrificar ao Senhor, o seu Deus. O resto nós destruímos totalmente. Então Samuel disse a Saul: — Espere! Vou declarar a você o que o Senhor me disse esta noite. Saul respondeu: — Fale.” 


Isso não foi arrependimento verdadeiro e sincero; foi apenas arrependimento labial decorrente de seu medo de perder o reino.


Saul estava cego para seu próprio pecado. Ele realmente teve a ousadia de ir até Samuel e dizer-lhe que havia obedecido a Deus. Samuel não estava acreditando. Ele respondeu: “que balido de ovelhas é esse que ouço com meus próprios ouvidos? Que mugido de bois é esse que estou ouvindo”(NVI). “Respondeu Saul: “Os soldados os trouxeram dos amalequitas; eles pouparam o melhor das ovelhas e dos bois para sacrificarem ao Senhor, o teu Deus, mas destruímos totalmente o restante” (NVI). E então Samuel disse: “Fique quieto! Eu direi a você o que o Senhor me falou esta noite”. Respondeu Saul: “Dize-me” (NVI). 


Provérbios 16:2 diz: “Todos os caminhos de uma pessoa são puros aos seus próprios olhos, mas o Senhor sonda o espírito.” Quando você pecar contra Deus, não tente justificar seu pecado. Como disse Samuel, apenas fique quieto! Pare e confesse seu pecado a Deus para que você possa seguir em frente novamente. 


 

 B. A bondade de Deus deve conduzir à obediência (vs.17-19) – Romanos 2:4 


E então a segunda tese que aprendemos nesta seção é que a bondade de Deus deve induzi-lo à obediência. Veja os versículos 17-19: 


“Samuel continuou: — Não é verdade que, mesmo sendo pequeno aos seus próprios olhos, você foi colocado por cabeça das tribos de Israel? O Senhor o ungiu como rei sobre Israel. O Senhor o enviou a este caminho e disse: “Vá e destrua totalmente esses pecadores, os amalequitas, e lute contra eles, até exterminá-los.” Por que, então, você não deu ouvidos à voz do Senhor, mas se lançou sobre o despojo e fez o que era mau aos olhos do Senhor?” 


Deus tinha sido tão bom para Saul. Ele o tirou do nada e o ungiu como rei. Deu-lhe tudo o que precisava para ter sucesso. E, no entanto, Saul ainda caiu por causa de suas próprias decisões ruins. Uma dessas más decisões foi esquecer a bondade de Deus para com ele. 


Lemos em Romanos 2:4: “Ou será que você despreza a riqueza da bondade, da tolerância e da paciência de Deus, ignorando que a bondade de Deus é que leva você ao arrependimento?”.

O pecado é enganoso, e às vezes podemos esquecer tudo o que Deus fez por nós e quanto devemos a ele. A bondade de Deus deve conduzir à obediência. 



IV. OBEDECER É MELHOR DO QUE  SACRIFICAR  (VS. 20-35) 


Estamos analisando quatro princípios que se alinham com os quatro passos finais de Saul em sua rejeição como rei. 1) A obediência parcial ainda é desobediência. 2) O orgulho precede a queda. 3) O pecado é enganoso. E finalmente 4) Obedecer é melhor do que sacrificar. E há duas coisas que precisamos aprender aqui. 


  

 A. Rejeitar a Palavra de Deus é rebelião contra Deus (vs.20-23) – 1 Tessalonicenses 4:8 


Em primeiro lugar, rejeitar a Palavra de Deus é sublevação contra Deus. Veja os versículos 20-23: 


“Então Saul disse a Samuel: — Pelo contrário, dei ouvidos à voz do Senhor e segui o caminho pelo qual o Senhor me enviou. Eu trouxe Agague, o rei de Amaleque, e destruí totalmente os amalequitas. Mas o povo pegou do despojo ovelhas e bois, o melhor do que estava destinado à destruição para oferecer ao Senhor, o seu Deus, em Gilgal. Porém Samuel disse: — Será que o Senhor tem mais prazer em holocaustos e sacrifícios do que no obedecer à sua palavra? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o ouvir é melhor do que a gordura de carneiros. Porque a rebelião é como o pecado da feitiçaria, e a obstinação é como a idolatria e o culto a ídolos do lar. Por você ter rejeitado a palavra do Senhor, também ele o rejeitou como rei”. 


A observância religiosa sem obediência é vazia diante de Deus. O melhor sacrifício que podemos trazer a Deus é um coração arrependido (Salmo 51:16-17 ) e nossos corpos entregues ao Seu serviço (Romanos 12:1). No sacrifício oferecemos a carne de outra criatura; na obediência, oferecemos nossa própria vontade diante de Deus.


“Por que a rebelião e a desobediência são o pecado da adivinhação? Adivinhação é procurar saber o que fazer de uma maneira que ignora a Palavra e o conselho de Deus. E é exatamente nisso que a desobediência se baseia. Deus diz uma coisa, e nós dizemos: acho que vou consultar outra fonte de sabedoria – a saber: Eu mesmo! A desobediência à Palavra de Deus coloca minha própria sabedoria no lugar da de Deus e, assim, insulta a Deus como a única fonte segura e confiável de sabedoria... Quando Deus diz uma coisa e nós consultamos o pequeno feiticeiro de nossa própria sabedoria e então obstinadamente escolhemos seguir nosso próprio caminho, somos idólatras. Nós não apenas escolhemos nos consultar como uma alternativa a Deus, e assim nos tornamos culpados de adivinhação, mas vamos além disso e realmente valorizamos a direção de nossa própria mente sobre a direção de Deus e nos tornamos culpados de idolatria. E o pior de tudo, o ídolo é o nosso próprio eu. Portanto, é lógico que Deus fica descontente com a desobediência porque em todos os pontos é um ataque à sua glória”.-  (John Piper).


“Toda desobediência consciente é na verdade idolatria, porque transforma a vontade própria, o eu humano, em um deus.” (Keil e Delitzch).


Saul ainda não entendeu. Ele ainda pensa que obediência parcial é obediência e não desobediência. Então Samuel vai direto ao cerne da questão. Saul rejeitou a palavra de Deus e, portanto, Deus o rejeitou. Rejeitar a Palavra de Deus é rebelião contra Deus.

Seus sacrifícios a Deus não têm sentido sem obediência. Keith Green certa vez escreveu uma música com estas palavras escritas da perspectiva de Deus: “Obedecer é melhor do que sacrificar, eu não preciso do seu dinheiro, eu quero a sua vida”. Você não pode simplesmente passar um cheque para Deus e depois viver como quiser. Você precisa seguir a Palavra de Deus. 1 Tessalonicenses 4:8 diz: “Portanto, quem rejeita estas coisas não rejeita uma pessoa, mas rejeita Deus, que também dá o seu Espírito Santo a vocês.” Rejeitar a Palavra de Deus é rebelião contra Deus. 


“Que tipo de Deus você acha que é o Senhor? Ele se deleita em sacrifícios mais do que ouvir e obedecer a sua voz? O discurso de Samuel vai ao cerne da fé bíblica, que é uma resposta ao Deus que falou.  Na sua Palavra Deus deu a conhecer a sua vontade, em forma de promessas e ordens.  A fé bíblica consiste em crer nas promessas de Deus e obedecer aos seus mandamentos.  São dois lados de uma mesma moeda - a resposta adequada ao Deus que falou, que o Novo Testamento chama “a obediência da fé” (Romanos 1:5; 16:26). Mas pensar que a desobediência à Palavra de Deus pode de alguma forma ser compensada por qualquer quantidade de atividade religiosa (como o sacrifício dos animais levados em desafio à palavra de Deus) é totalmente tola”. – (John Woodhouse). 


Qual é a diferença entre obediência e sacrifício? O sacrifício é um aspecto da obediência, mas a obediência envolve mais do que apenas sacrifício. Nunca devemos pensar que podemos compensar nossa falta de obediência a alguns dos mandamentos de Deus fazendo outros sacrifícios por Ele.



B. As consequências da desobediência podem ser duradouras e dolorosas (vs.24-35) – Gálatas 6:7-8 


E, finalmente, as consequências da desobediência podem ser duradouras e dolorosas. Veja os versículos 24-31: 


“Então Saul disse a Samuel: — Pequei, pois transgredi o mandamento do Senhor e as palavras que você falou; porque temi o povo e dei ouvidos à voz deles. Mas agora peço que você perdoe o meu pecado e volte comigo, para que eu adore o Senhor. Porém Samuel disse a Saul: — Não voltarei com você. Por você ter rejeitado a palavra do Senhor, ele também o rejeitou como rei sobre Israel. Quando Samuel se virou para ir embora, Saul o segurou pela borda do manto, e este se rasgou. Então Samuel lhe disse: — Hoje o Senhor rasgou das suas mãos o reino de Israel e o deu a alguém que é melhor do que você. Também a Glória de Israel não mente, nem muda de ideia, porque não é homem, para que mude de ideia. Então Saul disse: — Pequei! Mas honre-me, agora, diante dos anciãos do meu povo e diante de Israel. Volte comigo, para que eu adore o Senhor, seu Deus. Então Samuel seguiu Saul, e este adorou o Senhor.” 


Saul tenta justificar um pecado com outro. “Se ele tivesse temido mais a DEUS, ele temeria menos as PESSOAS .” - (Clarke).


“Na superfície, isso parece arrependimento...  Infelizmente, o que parece arrependimento é na verdade uma fraude.  Isso é evidente de duas maneiras.  Primeiro, para o resto da vida de Saul, ele repetirá essa mesma atitude rebelde.  O arrependimento implica uma mudança, mas Saul nunca evidencia uma.  Segundo, a frase no versículo 25 indica que Saul ainda está pensando em toda a situação incorretamente.  Saul quer “adorar o Senhor”, e ele não está pensando em cantar algumas canções de Deus juntos ou lavar pés de outra pessoa.  Saul quer fazer um sacrifício nacional de ação de graças em nome da vitória.  Ele quer uma grande cerimônia. O problema com isso é que Samuel é o único que pode oferecer uma cerimônia de adoração.  Se Samuel se recusar, isso será uma grande perda de prestígio para Saul. Infelizmente, é com isso que Saul está tão preocupado.  Sua principal preocupação ainda é como ele olha nos olhos das pessoas.  Ele ainda está preocupado com seu status.

Quando Saul, em um ato final de desespero, estendeu a mão e rasgou a ponta do manto de Samuel, sua queda foi completa. Pela graça de Deus, ele se tornou o rei de Israel, mas agora, por uma série de más escolhas, o reino foi arrancado dele e dado a outro”. - Heath Thomas and J. D. Greear).


“A confissão de Saul foi superficial. A palavra hebraica traduzida como "transgredido" ( abarti ) significa "ignorado". Saul apenas admitiu que havia esquecido alguma parte pequena e relativamente sem importância do que Deus havia ordenado (1Sm 14:24). O que Deus chamou de rebelião Saul chamou de descuido. O maior pecado de Saul foi se colocar no lugar de Deus. Ele era culpado de uma espécie de traição, a saber, tentar usurpar a autoridade suprema em Israel. Samuel se recusou a acompanhar Saul porque Saul se recusou a acompanhar Deus (1Sm 14:26)” – (Thomas Constable).


Gálatas 6:7-8 diz: “Não se enganem: de Deus não se zomba. Pois aquilo que a pessoa semear, isso também colherá. Quem semeia para a sua própria carne, da carne colherá corrupção; mas quem semeia para o Espírito, do Espírito colherá vida eterna.”

O homem colhe o que semeia. Como cristão, Deus perdoa todos os seus pecados, mas nem sempre remove as consequências. E essas consequências podem ser duradouras e dolorosas. O

rei Agague é outra pessoa em nossa história que colheu o que semeou. Veja os versículos 32-35, os versículos finais de toda a nossa série: 


Samuel disse: — Tragam aqui Agague, rei dos amalequitas. Agague veio a ele, confiante, e disse: — Certamente já passou a amargura da morte. Mas Samuel disse: — Assim como a sua espada deixou muitas mulheres sem filhos, também a sua mãe ficará sem o seu filho. E Samuel despedaçou Agague diante do Senhor, em Gilgal. Então Samuel foi para Ramá, e Saul voltou para a sua casa, em Gibeá de Saul. Até o final de sua vida, Samuel nunca mais viu Saul; porém tinha pena de Saul. O Senhor lamentou haver constituído Saul como rei sobre Israel. 


“A maioria de nós gosta de pensar que, por mais séria que seja nossa desobediência, uma vez que nos arrependemos desse pecado, somos perdoados e não experimentamos nenhuma perda real. A Escritura ensina que o arrependimento genuíno sempre encontra o perdão, mas não ensina que não há consequências. Na verdade, todo cristão sabe de perdas permanentes que são o resultado de nosso fracasso em viver de acordo com os ideais de Deus para nossas vidas" - (Chafin).



CONCLUSÃO: O trato de Deus com os amalequitas ilustra quão lento Deus é em expressar Sua ira, e ainda como certo é que Seu julgamento cairá sobre os ímpios (Naum 1:3).  Deus havia anunciado em Êxodo 17:14 que ele destruiria os amalequitas por causa de seu ataque perverso contra Israel enquanto eles viajaram pelo deserto.  Muitos anos se passaram, evidenciando a paciência de Deus.  Mas Deus não tinha esquecido, e o pecado de Amaleque tinha agora chegado à plena fruição;  seu julgamento era iminente.

 

Os pecadores muitas vezes interpretam a demora da justiça como evidência da incapacidade de Deus para julgar (Salmos 94:5-11; Ezequiel 12:21–25;  2 Pedro 3:4-7).  Em vez disso, a bondade paciente de Deus é projetada para levar ao arrependimento (Romanos 2:3-4).  Como Deus tem sido paciente com você?  Como você deve se arrepender completamente de seus pecados?

 

 A mera expressão externa de adoração, sem o envolvimento do coração, não significa nada para Deus. Saul desobedeceu ao Senhor e tentou apaziguá-lo através do sacrifício.  O Senhor exige e se deleita na submissão da vontade humana à Sua palavra: “Eis que obedecer é melhor do que sacrificar” (v. 22).  A obediência demonstra nosso amor por Deus (Êxodo 20:6; João 14:21).  Através da obediência do nosso Senhor Jesus Cristo salvou os pecadores e os trouxe para a alegria eterna em Deus (Salmos 40:6-8; Mateus 26:42;  João 4:34;  6:38–40;  17:4;  Romanos  5:19;  Filipenses 2:8).  Portanto, ame a obediência, delicie-se na obediência, valorize a obediência e busque a obediência plena pela graça de Cristo.


A história de Saul é uma história triste e trágica porque era tudo muito desnecessário. Deus levantou Saul desde um começo humilde, deu a Saul tudo que ele precisava para ter sucesso como rei, e Saul se derrubou por causa de suas próprias escolhas tolas. 


É a mesma coisa conosco hoje. Deus deu tudo que você precisa. Ele lhe deu seu Filho, Jesus, para sua salvação. Ele lhe deu seu Espírito Santo para ajudá-lo a crescer. Ele lhe deu Sua Palavra para guiá-lo e mantê-lo no caminho certo. Se cairmos, não é culpa de Deus, mas nossa própria culpa e das escolhas que fizemos. 


O arco da história de Saul era de ascensão e queda, mas a Bíblia mostra uma maneira melhor. Aqui está um versículo sobre você em Tiago 4:10: “Humilhem-se diante do Senhor, e ele os exaltará.” Veja, esse é o arco apropriado para o cristão. Em vez de subir e descer, você desce e sobe. Você se humilha diante de Deus, confessando seu pecado e sua necessidade de um Salvador, e Deus o exalta. 


Esse é um versículo sobre você, e aqui está um versículo sobre Jesus: “ele se humilhou, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz. Por isso também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome” (Filipenses 2:8‭-‬9). A história de Jesus é exatamente o inverso da de Saul. Jesus é o exemplo perfeito de alguém que se humilhou e depois foi exaltado por Deus. Saul é um exemplo negativo, mas Jesus é nosso exemplo positivo. Então, ao deixarmos a ascensão e queda de Saul, vamos fixar nossos olhos em Jesus, que se humilhou e foi exaltado por Deus para sempre. ‬‬‬‬‬‬‬‬


“Ao concluirmos, é correto, como sempre, sair do texto do Antigo Testamento para ver seu cumprimento no Novo Testamento.  Como vimos antes, Saul, o rei que falhou, aponta-nos para o Rei que não falhou.  A diferença que vem com o Novo Testamento é a notícia de que aquele que sem falta trouxe o julgamento de Deus para o mundo inteiro já foi identificado: “Jesus nos mandou pregar ao povo e testemunhar que ele foi constituído por Deus como Juiz de vivos e de mortos” (Atos 10:42; cf. 2 Timóteo 4:1). O dia foi estabelecido (Atos 17:31) quando Jesus, designado rei sobre todo o mundo (Apocalipse 11:15), trará “do justo juízo de Deus, em chama de fogo, tomando vingança contra os que não conhecem a Deus e contra os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus.” (2 Tessalonicenses 1:5, 8).  O evangelho também inclui as maravilhosas notícias que este mesmo Jesus “nos livra da ira vindoura” (1 Tessalonicenses 1:10).  Este evangelho tanto adverte sobre o julgamento vindouro quanto nos chama para o Salvador. A missão de Saul de julgar os amalequitas era uma missão local, de pequena escala, antecipação do julgamento que finalmente virá sobre o mundo inteiro em mãos do rei designado por Deus. Muito do “cristianismo” moderno quer manter Cristo, mas nega o divino julgamento que ele foi designado para trazer.  Tal faz de conta é uma terrível distorção da verdade. Nestes dias de muita violência por motivos religiosos, é muito importante para nós entendermos que não estamos vivendo no tempo do Velho Testamento, quando o julgamento de Deus foi muitas vezes trazido sobre indivíduos e nações pela guerra e outros atos de violência física. A morte e ressurreição de Jesus anuncia o julgamento vindouro de todo o mundo por meio de um “homem que [Deus] escolheu” (Atos 17:31).  Nós encontramo-nos vivendo em uma época em que não cabe ao povo cristão retribuir o mal a ninguém com o mal.  No que depender de nós, devemos viver em paz com todos, deixando toda a vingança para a ira vindoura de Deus (veja Romanos 12:18). Nossa guerra agora é uma batalha espiritual pela proclamação do evangelho, onde a violência física não tem lugar (veja 2 Coríntios 10:3-6; Efésios 6:10-20)... Estamos certos em ver o reinado de Saul como uma tragédia.  No coração desta tragédia está a pecaminosidade humana.  Em Saul, vimos que o líder escolhido pelo povo e para o povo foi desfeito por sua pecaminosidade. Quão diferente foi o dia, muitos anos depois, quando uma voz foi ouvida do céu dizendo: "Este é o meu Filho amado, com quem estou bem agradou” (Mateus 3:17).  Em Jesus temos um rei que “se humilhou tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz” (Filipenses 2:8).  Em completo contraste com a rejeição do rei Saul, o Novo Testamento proclama de Jesus: "Por isso também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai”.  (Filipenses 2:9-11)” – (John Woodhouse).


Pr. Severino Borkoski‬‬‬‬‬‬‬‬‬‬‬‬‬‬‬‬‬‬‬‬


segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

AGINDO CORAJOSAMENTE PELA FÉ (1 SAMUEL 13. 16 – 14.23)


“Deus viu os soldados israelitas amedrontados diante dos invasores filisteus. Ele não deve ter gostado do que viu. Mas Ele não interveio para ajudar os israelitas - até que Jônatas e seu escudeiro tomaram uma atitude ousada.

Deus também viu as pessoas em uma área montanhosa do Haiti, no início da década de 1940, que viviam na pobreza e escravidão espiritual e voduísmo. Ele não gostou do que viu. Mas Ele não interveio até que Wallace Turnbull começou a viver e trabalhar entre eles. Wallace os ensinou a cultivar com mais eficiência e a ler e escrever. Ele tratou suas doenças. E ele lhes contou sobre Jesus. Como resultado de seu trabalho inicial, milhares de pessoas naquela área se tornaram cristãs. Mais de 40.000 crianças  receberam educação cristã. Esses resultados vieram porque Deus liberou Seu poder e abençoou os esforços de Wallace e daqueles que o ajudaram.

Deus muitas vezes libera Seu poder através de Seu povo. O profeta disse,

"Porque, quanto ao Senhor, os seus olhos passam por toda a terra, para dar força àqueles cujo coração é totalmente dele” (2Crônicas 16:9).

Você vê uma necessidade que  pode atender? Confie em Deus e comece a fazer algo a respeito. Você pode ser uma das pessoas através das quais Deus "mostrar-se forte" - (HV Lugt).


O poder de Deus será liberado

para atender às necessidades do mundo, vamos apenas sair em fé

E siga quando Ele lidera.

Se fizermos grandes coisas para Deus, podemos esperar grandes coisas de Deus.


Jônatas, um dos mais belos personagens da Bíblia, com sua alma gêmea, seu escudeiro, avança para atacar mais uma vez o posto avançado dos filisteus. Saul não sabia nada disso. O Rei estava cercado por uma pequena companhia, entre eles os parentes de Eli. Eles tinham um éfode, necessário para consultar Jeová, mas não lemos sobre seu uso. Jônatas e seu escudeiro e sua conversa são ilustrações abençoadas da verdadeira fé. Que simplicidade revela! Jônatas conhecia o Senhor e sabia que Ele ama Seu povo e, portanto, derrubaria seus inimigos. “Jônatas disse ao seu escudeiro: — Venha, vamos até a guarnição desses incircuncisos. Talvez o Senhor nos ajude, porque nada pode impedir o Senhor de livrar, seja com muitos ou com poucos”. E o escudeiro, cujo nome não sabemos, mas conhecido por Deus, respondeu-lhe: “Faça tudo o que estiver em seu coração. Eu estou com você e farei o que você decidir”. Apesar das dificuldades, das rochas afiadas, que eles tiveram que subir, dificuldades que estão sempre ligadas à verdadeira fé, eles vencem o inimigo. O Senhor estava lá, pois era Sua batalha e a terra tremeu. Vinte homens foram mortos pelos dois. Seguiu-se uma grande confusão. Os hebreus que estavam com os filisteus se voltaram contra eles. Foi o Senhor quem salvou Israel naquele dia. e os hebreus que estavam com os filisteus se voltaram contra eles. Foi o Senhor quem salvou Israel naquele dia (versículo 23). 


Como dissemos na semana passada, é uma pena que Saul tenha agido pelas circunstâncias e perdido o reinado, porque seu filho, Jônatas, teria sido um grande rei. Jônatas é tudo o que seu pai deveria ser como rei: ele é ousado, e cheio de fé em Deus. Na semana passada, foi dito que Deus disse a Saul por meio de Samuel que ele havia escolhido outro rei, um homem segundo o coração de Deus. Esse homem é Davi, é claro, mas Jônatas também se encaixa na descrição. Você não pode ler esta passagem sem se apaixonar por Jônatas e sua grande e ousada fé em Deus. E ao examinarmos a fé de Jônatas juntos esta noite, podemos aprender alguns princípios importantes sobre como agir com ousadia e com fé também em nossa própria vida.


I. NÃO LUTE COMO O MUNDO LUTA  (13: 16-22)


E o primeiro princípio é este: não lute como o mundo luta. O mundo luta sujo, o mundo luta com suas próprias regras, o mundo luta por suas próprias causas e de seus próprios modos. Mas, como cristãos, não devemos lutar como o mundo luta.


A. Nós lutamos uma batalha espiritual (vs.16-18)  - Efésios 6:12 ; 1 Pedro 5: 8


Em primeiro lugar, travamos uma batalha espiritual. Bem, Saul em 1 Samuel 13 estava travando uma batalha física real, mas encontramos alguns paralelos interessantes com nossa batalha espiritual aqui. Veja os versículos 16-18:


“Saul, o seu filho Jônatas e o povo que estava com eles ficaram em Geba de Benjamim, enquanto os filisteus estavam acampados em Micmás. Os saqueadores saíram do campo dos filisteus em três tropas. Uma delas tomou o caminho de Ofra à terra de Sual; a outra tomou o caminho de Bete-Horom; e a terceira, o caminho de onde se avista o vale de Zeboim, na direção do deserto”.


Saul e seus homens estão em Gibeá, enquanto os filisteus estão acampados em Micmás. Você deve se lembrar da semana passada que Saul e seus homens estavam originalmente acampados em Micmás, então este foi o caso de perder terreno para o inimigo. Não apenas Saul perdeu terreno, mas agora o inimigo está enviando grupos de ataque ao norte, oeste e leste a fim de ganhar ainda mais terreno.


 “Saul não ousando sair para lutar contra eles, e não havendo ninguém em toda a terra para se opor a eles, eles enviaram três companhias de soldados para devastar e estragar o país; de tão pouco uso e serviço era um rei para Israel, eles estavam extremamente agitados; e isso foi para convencê-los de sua vã confiança nele, e que sua confiança deveria estar no Senhor seu Deus; nunca seu país esteve mais exposto à rapina e à violência do que agora” – (John Gill)


Como cristãos envolvidos em vários conflitos, devemos sempre lembrar que travamos uma batalha espiritual. Lemos em Efésios 6:12: “Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, mas contra os principados e as potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestiais”. Você não está lutando contra outros seres humanos. Seus problemas não são principalmente de saúde, financeiros ou relacionais. Como cristão, sua luta principal é sempre espiritual.


E assim como os filisteus estavam enviando vários grupos de ataque em diferentes direções, seu inimigo também está em movimento. Lemos em 1 Pedro 5: 8 “Sejam sóbrios e vigilantes. O inimigo de vocês, o diabo, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar”. Diz-se que a vida cristã não é um playground, mas um campo de batalha. Você está engajado em uma batalha espiritual com consequências eternas, e o inimigo está em movimento tentando ganhar um novo terreno em sua vida. É melhor você estar sóbrio e alerta.


   B. Lutamos com armas espirituais (vs.19-22)

      - 1 Samuel 17:47 ; 2 Coríntios 10: 3-4


Mas não lutamos apenas uma batalha espiritual, lutamos com armas espirituais. Mais uma vez, encontramos um paralelo interessante a isso em nossa passagem em 1 Samuel 13 . Veja os versículos 19-22:


“Ora, em toda a terra de Israel não havia um único ferreiro, porque os filisteus tinham dito: “Para que os hebreus não façam espadas, nem lanças.” Por isso todo o Israel tinha de ir aos filisteus para amolar as lâminas dos arados, as enxadas, os machados e as foices. Os filisteus cobravam dos israelitas oito gramas de prata para amolar os fios das lâminas e das enxadas e quatro gramas de prata para amolar machados e aguilhadas. Por isso, no dia da batalha, não se achou nem espada, nem lança na mão de nenhum do povo que estava com Saul e com Jônatas; só Saul e seu filho Jônatas tinham essas armas”.


Para os filisteus, pelo menos, chegou a Idade do Ferro. Sua tecnologia lhes permitia ter espadas e lanças de ferro e carros com rodas de ferro. Os israelitas não recebem a tecnologia dos filisteus. Os filisteus vendiam implementos agrícolas de ferro aos israelitas, mas não vendiam armas de ferro aos israelitas nem lhes permitiam fabricar ou possuir tais armas.


Os filisteus não apenas superavam os israelitas em número, mas também possuíam superioridade militar. Os filisteus controlavam a tecnologia de fabricação de ferro e, portanto, podiam limitar a capacidade de Israel de fabricar armas. Não havia ferreiros em Israel, então os israelitas tinham que ir aos filisteus para consertar seus equipamentos agrícolas. Os soldados de Saul nem mesmo tinham espadas ou lanças; apenas Saul e seu filho, Jônatas, os tinham.


“Em termos de armamento, os filisteus estão equipados não apenas com armas regulares, mas o capítulo treze diz que eles têm trinta mil carros e seis mil cavaleiros, enquanto entre a pequena força de Israel, apenas Saul e Jônatas têm armas adequadas para a batalha. Os outros soldados israelitas estão equipados com coisas como porretes e fundas – que poderiam causar algum dano, mas não eram páreo para as armas de metal dos filisteus” – (David G.Firth)


Como disse um comentarista: “A vitória filistéia parecia inevitável”(David G.Firth).


“Essa falta de espadas e lanças não é afirmada em relação a todo o Israel, mas é restringida àqueles seiscentos que estavam com Saul e Jônatas, a quem Deus por sua providência poderia deixar sem esses suportes, para que a glória da vitória pudesse ser totalmente atribuído a Deus; quanto à mesma razão, Deus teria apenas trezentos homens com Gideão, e aqueles armados apenas com trombetas, cântaros e lâmpadas (Juízes 7.19). Sem dúvida, havia um número considerável de espadas e lanças entre os israelitas, mas eles geralmente as escondiam, como agora faziam suas pessoas, dos filisteus. E os filisteus ainda não haviam alcançado um poder tão grande sobre eles, como totalmente desarmá-los, mas achavam suficiente impedir a fabricação de novas armas, sabendo que as antigas logo estariam deterioradas e inúteis. Havia outras armas mais comuns naqueles tempos do que espadas e lanças, a saber, arcos e flechas, fundas e pedras; como aparece em Juízes 20:16; 2 Samuel 1:18 , 2 Samuel 1:22 ; 2 Reis 3:25; 1 Crônicas 12:1, 1 Crônicas 12:2 ); além de bastões e instrumentos de agricultura, que poderiam facilmente ser transformados em armas de guerra. Deus governou os assuntos dos israelitas, de modo que eles não tinham grande número de espadas ou lanças, Juízes 5:8, para que pudessem ser mantidos em mais dependência e sujeição a Deus, em que consistiam sua segurança e felicidade. E, portanto, essa famosa vitória obtida contra os filisteus nos dias de Samuel não foi obtida pela espada dos homens, mas apenas pelo trovão do céu, 1 Samuel 7:10” - (Matthew Poole).


Em outras palavras, esta é uma luta totalmente injusta. Saul está em menor número e menos armados nesta batalha. Os filisteus têm mais soldados e armamento superior. Eles têm o armamento mais avançado, de última tecnologia e de última geração de sua época.


Normalmente, isso seria um problema. Mas não quando Deus está do seu lado. Você se lembra das palavras de Davi a Golias antes de matá-lo? “Toda esta multidão saberá que o Senhor salva, não com espada, nem com lança. Porque do Senhor é a guerra, e ele entregará todos vocês nas nossas mãos” (1Samuel 17:47). Não se preocupe se você não tiver espadas, lanças ou outras armas terrestres, basta Deus estar com você.


Como cristãos, não lutamos como o mundo luta. Lutamos com armas espirituais. Lemos no Novo Testamento em 2 Coríntios 10.3-4: “Porque, embora andemos na carne, não lutamos segundo a carne. Porque as armas da nossa luta não são carnais, mas poderosas em Deus, para destruir fortalezas. Destruímos raciocínios falaciosos”.


O mundo pode usar todos os tipos de armas que você não pode usar como cristão: violência, ódio, falsidades, fofoca, calúnia, boatos, mentiras cabeludas. E, assim como Saul, às vezes pode parecer que não é uma luta justa. Porém você tem Deus do seu lado, o que significa que você tem a vantagem! O mundo não tem chance contra as armas espirituais que você empunha no amor, na oração, na fé e no evangelho.


Portanto, este é o nosso primeiro princípio de agir com ousadia com fé esta noite. Não lute como o mundo luta. Lutamos uma batalha espiritual e lutamos com armas espirituais.


II. SIGA EM FRENTE COM FÉ  (13: 23-14: 14)


O segundo princípio é este. Se você deseja agir ousadamente com fé, siga em frente com fé. A fé tem um movimento e, como cristão, você deve sempre seguir para frente. Aprendemos várias coisas sobre como seguir para frente com fé nesta próxima seção.


   A. A igreja deve estar na ofensiva (13: 23-14: 3)

      - Mateus 16:18


Em primeiro lugar, a igreja deve estar na ofensiva. Sim, as forças de Satanás estão em movimento, o próprio Satanás ronda como um leão que ruge procurando alguém para devorar, mas a igreja nunca deve ficar na defensiva. A igreja deve estar sempre na ofensiva. Veja 1 Samuel 13: 23-14: 3:


“A guarnição dos filisteus saiu ao desfiladeiro de Micmás. Um dia, Jônatas, filho de Saul, disse ao seu jovem escudeiro: — Venha, vamos até a guarnição dos filisteus, que está do outro lado. Porém ele não contou isso a seu pai. Saul se encontrava na extremidade de Gibeá, debaixo da romãzeira em Migrom. E o povo que estava com ele eram cerca de seiscentos homens. Aías, filho de Aitube, irmão de Icabô, filho de Fineias, filho de Eli, sacerdote do Senhor em Siló, trazia a estola sacerdotal. O povo não sabia que Jônatas tinha ido”.


Um destacamento de filisteus saiu para o desfiladeiro em Micmás. Sem o conhecimento de seu pai, Jônatas sai para Micmás com seu escudeiro. Enquanto isso, Saul está de volta a Gibeá, sentado sob uma árvore. Agora ele provavelmente está planejando e administrando neste lugar, mas você não pode deixar de ver o contraste aqui. Saul se senta; Jônatas atua. Saul se contenta em jogar na defesa; Jônatas vai para o ataque.


Com Saul em Gibeá está o sacerdote Aías. Aías faz parte do rejeitado sacerdócio de Eli, que é paralelo à rejeição da linhagem de Saul como rei. Icabô é mencionado também aqui. O nome Icabô significa “a glória se foi,” e entre a linha rejeitada de Eli e a linha rejeitada de Saul, a glória realmente partiu de Israel.


Mas seja qual for o motivo, Jônatas  um exemplo maravilhoso da missão da igreja no mundo hoje. A igreja não deve estar jogando na defesa, mas no ataque. Jesus disse em Mateus 16:18 : “e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. A palavra “edificarei” significa “prevalecer contra”. Em outras palavras, a igreja está na ofensiva, atacando as portas do inferno, e as portas do inferno não resistirão a isso. Essa é a primeira coisa que aprendemos sobre seguir em frente com fé nesta seção. A igreja deve estar na ofensiva.


   B. Nada pode impedir o Senhor de salvar (14.4-7)

      - Provérbios 21:30 ; Daniel 3: 17-18 ; Romanos 8:31


A segunda coisa é esta. Nada pode impedir o Senhor de salvar. Veja os versículos 4-7:


“Entre os desfiladeiros pelos quais Jônatas procurava passar à guarnição dos filisteus, havia um penhasco íngreme de um lado, e outro penhasco íngreme do outro lado. Um se chamava Bozez; o outro, Sené. Um deles se erguia ao norte, diante de Micmás; o outro, ao sul, diante de Geba. Jônatas disse ao seu escudeiro: — Venha, vamos até a guarnição desses incircuncisos. Talvez o Senhor nos ajude, porque nada pode impedir o Senhor de livrar, seja com muitos ou com poucos. Então o escudeiro disse: — Faça tudo o que estiver em seu coração. Eu estou com você e farei o que você decidir”.


Jônatas precisava superar muitas coisas para que a Batalha de Micmás fosse bem-sucedida. Em primeiro lugar, o terreno era difícil. Esta passagem estava situada entre dois penhascos. Um se chamava Bozez, que significa escorregadio. O outro era chamado Sené, que significa espinhoso ou arbusto espinhoso. Há uma razão pela qual Saul originalmente acampou em Micmás, e porque os filisteus estavam acampados lá agora. Foi um ótimo lugar para um acampamento! Era difícil de atacar e fácil de defender.


Mas nada disso detém Jônatas. Ele diz ao seu escudeiro: “— Venha, vamos até a guarnição desses incircuncisos. Talvez o Senhor nos ajude, porque nada pode impedir o Senhor de livrar, seja com muitos ou com poucos. ”


Esta é uma declaração notável. Em primeiro lugar, Jônatas chama os filisteus de “incircuncisos”. Em outras palavras, Jônatas sabia que os filisteus não pertenciam a Deus. Eles não tinham uma relação de aliança com Deus como Israel tinha. Jônatas foi capaz de agir com ousadia pela fé porque sabia que estava em um relacionamento com Deus.


Observe sua próxima frase: “Talvez o Senhor nos ajude”. O “talvez” de Jônatas não era falta de fé, mas sim ele estava disposto a confiar em Deus independentemente dos resultados. Isso é semelhante à atitude dos amigos de Daniel no relato da fornalha ardente. Eles disseram ao rei: “Se o nosso Deus, a quem servimos, quiser livrar-nos, ele nos livrará da fornalha de fogo ardente e das suas mãos, ó rei. E mesmo que ele não nos livre, fique sabendo, ó rei, que não prestaremos culto aos seus deuses, nem adoraremos a imagem de ouro que o senhor levantou” (Daniel 3.17-18). Fé é diferente de presunção. Nunca devemos presumir conhecer a vontade de Deus em uma situação específica. Em vez disso, a fé escolhe seguir a Deus onde quer que ele nos conduza e então confia nele com os resultados.


E então veja a frase final de Jônatas: “nada pode impedir o Senhor de livrar, seja com muitos ou com poucos.” Jônatas sabia que estava em menor número, mas também sabia que, quando Deus está no combate, os números não importam. Deus pode salvar com muitos. Ele pode salvar com poucos. Ele pode até mesmo salvar com um, como testemunha a história de Davi e Golias.


Nada pode impedir o Senhor de salvar. Provérbios 21:30 diz: “Não há sabedoria, nem entendimento, nem mesmo conselho contra o Senhor”. Ou como Paulo diz em Romanos 8:31: “Se Deus é por nós, quem será contra nós?”


Esta é a sábia coragem em Deus. Muitos em Israel provavelmente acreditavam nisso como verdade teológica, mas poucos acreditavam o suficiente para fazer alguma coisa. A fé de Jônatas foi demonstrada por suas obras.


“Jonathan estava olhando para uma situação terrível. Israel está desarmado de todas as maneiras possíveis. Mas ele sabe o que Deus é capaz de fazer. Yahweh pode salvá-los com muitos ou com poucos. Jônatas começa a imaginar fielmente o que Deus poderia fazer. Ele não presume sobre o que Deus fará, mas deixa sua imaginação correr um pouco sobre o que Deus pode fazer. E essa imaginação fiel é o que impulsiona Jônatas para a frente. É o que lhe permite correr riscos. Jônatas vê o mundo com olhos da fé no poder de Deus. E isso lhe permite imaginar possibilidades que outros nem sequer considerariam. Saul, por outro lado, está entre aqueles que deixariam de considerar tais possibilidades. Se Jônatas é caracterizado por uma imaginação fiel, então Saul é caracterizado por uma contenção temerosa. Ele está escondido em uma caverna no versículo dois. Ele é terrivelmente indeciso e conservador nos versículos dezesseis a dezenove. Ele não parece ver o mundo com os mesmos olhos da fé que Jônatas vê ... Eu me pergunto: Quantas vezes nós nos parecemos com Saul em vez de Jônatas? Eu me pergunto o quanto cada um de nós é motivado pelo conservadorismo do medo versus o que cada um de nós é motivado pelas possibilidades imaginativas da fé. Eu me pergunto o quanto cada um de nós olha para nossas vidas, as vidas daqueles ao nosso redor, ou a vida de nossa igreja, ou o estado de nossa cidade. Eu me pergunto quantas vezes nós olhamos para essas coisas e deixamos nossas mentes correrem um pouco com uma imaginação fiel e santificada de tudo o que Deus pode fazer... Ou... por outro lado: quanto somos como Saul, querendo se retirar com medo para nossas cavernas seguras. Sinto-me especialmente convencido por este instantâneo contrastante. Mas talvez seja só eu... ou talvez não seja... Jônatas ouve a Deus enquanto evita maus conselheiros espirituais. Ele luta pelos propósitos de Yahweh, não pelos seus, ele vive em submissão à liberdade soberana de Yahweh, mas mesmo assim, ele imagina fielmente o que Yahweh pode fazer na situação que enfrenta. Este é o relacionamento que Jônatas tem com Deus. Saul é diferente. Saul tapa os ouvidos à palavra do Senhor e, em vez disso, ouve um conselheiro duvidoso. Ele luta por seus próprios propósitos e sua própria glória e, ao fazê-lo, tenta manipular Deus para servir aos seus propósitos. E por tudo isso, seu coração e suas ações são marcados por uma contenção temerosa. Este é o relacionamento de Saul com Deus. E ao considerarmos essas duas imagens, devemos fazer uma pausa e nos fazer algumas perguntas. Onde nós nos vemos nessas imagens? Onde vemos a coincidência com a imagem de Jônatas – onde vemos coisas encorajadoras em nossas vidas que somos chamados a continuar a construir? E, por outro lado, onde vemos como Saul – onde vemos as áreas problemáticas que precisamos abordar? A quem você realmente ouve? Por quem você luta no final das contas?  E quão fiel é sua imaginação quando você considera o que pode fazer?” –(Steven  Nicoletti) 


   C. A verdadeira fé resulta em ação (14: 8-14)

      - Tiago 2:18


1) A igreja deve estar na ofensiva. 2) Nada pode impedir o Senhor de salvar. 3) E então, em terceiro lugar, a verdadeira fé resulta em ação. Veja os versículos 8-14 comigo:


“Jônatas respondeu: — Então vamos atravessar na direção daqueles homens e deixar que eles nos vejam. Se nos disserem assim: “Fiquem parados até que cheguemos perto de vocês”, então ficaremos onde estamos e não subiremos a eles. Porém se disserem: “Subam até aqui”, então subiremos, pois o Senhor os entregou em nossas mãos. Isto nos servirá de sinal. Quando os dois se deixaram ver pela guarnição dos filisteus, estes disseram: — Eis que os hebreus estão saindo dos buracos onde estavam escondidos. Os homens da guarnição disseram a Jônatas e ao seu escudeiro: — Subam até aqui e nós daremos uma lição em vocês. Então Jônatas disse ao escudeiro: — Venha atrás de mim, porque o Senhor os entregou nas mãos de Israel. Então Jônatas subiu engatinhando, e o seu escudeiro foi atrás. Os filisteus caíram diante de Jônatas, e o seu escudeiro os matava atrás dele. Neste primeiro ataque, Jônatas e o seu escudeiro mataram perto de vinte homens, numa pequena área de terra”.


A fé de Jônatas não era simplesmente uma fé de palavras. Sua fé era uma fé de ação. Jônatas está em terreno difícil, está em menor número que os filisteus, não tem apoio e, ainda assim, deseja seguir em frente com fé. Enquanto Saul está sentado sob uma árvore em Gibeá contando suas tropas, Jônatas está em movimento contando com Deus.


Jônatas diz a seu escudeiro: “vamos atravessar na direção daqueles homens e deixar que eles nos vejam”. Bem, essa é uma ótima estratégia! Mas que grande exemplo de fé! Todo mundo está se escondendo; Jônatas sai onde o inimigo pode vê-lo. Ele está pronto para lutar contra os filisteus se eles vierem até ele, e ele está pronto para lutar contra os filisteus se eles o chamarem para ir até eles. Na verdade, se eles o chamarem, Jônatas vê isso como "um sinal de que o Senhor os entregou em nossas mãos". O nome de Jônatas na verdade significa: “O Senhor deu”, e ele certamente faz jus ao seu nome aqui.


Os filisteus os chamam, então eles vão. E o que se segue é uma das cenas de luta mais emocionantes de todas as Escrituras. Isso daria uma ótima cena em um filme: a batalha no desfiladeiro de Micmás. Os filisteus estão em terreno elevado, então Jônatas e seu escudeiro estão em desvantagem. O terreno é acidentado, pelo que têm de subir com as mãos e os pés, o que significa que ficam completamente indefesos durante a escalada. E ainda assim Jônatas chama o significado de seu nome mais uma vez, clamando a seu escudeiro: “Venha atrás de mim, porque o Senhor os entregou nas mãos de Israel” Os filisteus podem pensar que estão em uma posição elevada, mas Jônatas e seu escudeiro têm uma posição realmente elevada porque sua confiança está no Senhor.


Quando chegam ao topo, eles procedem com um ataque em duas frentes. Jônatas vai primeiro ferir os vários soldados filisteus, enquanto o escudeiro segue atrás e acaba com eles. Este é um exemplo de combate corpo a corpo intenso com vários defensores em uma área confinada. E no decorrer da luta Jônatas e seu escudeiro matam vinte homens. Isso é incrível! É como as coisas que você vê nos filmes. Eu quero meu boneco agora mesmo! Exceto que seria ainda melhor do que uma figura de ação. Seria uma figura de “verdadeira fé-resultados-em-ação”. Porque a ação de Jônatas foi resultado direto de sua fé.


A verdadeira fé sempre resulta em ação. Lemos em Tiago 2:18: “Mas alguém dirá: “Você tem fé, e eu tenho obras.” Mostre-me essa sua fé sem as obras, e eu, com as obras, lhe mostrarei a minha fé”. Você não pode separar a verdadeira fé da ação. Elas sempre andam juntos. Se você realmente acredita que Deus o ajudará a derrotar os filisteus, você escalará um penhasco com as mãos e joelhos e fará o ataque. Se você realmente acredita que Jesus morreu na cruz pelos seus pecados, você irá até ele pedindo perdão. E se você realmente crê que Jesus Cristo é o Filho do Deus vivo que ressuscitou dos mortos, então você o confessará como Senhor e o seguirá em qualquer lugar.


III. A VITÓRIA VEM DO  SENHOR  (14: 15-23)


O que nos leva ao nosso terceiro e último ponto: a vitória vem do Senhor. A fé leva à vitória, mas a vitória vem do Senhor.


   A. A batalha não é sua, mas de Deus (15-19)

      - 2 Crônicas 20:15


E há duas coisas que eu quero que você veja aqui. Em primeiro lugar, a batalha não é sua, mas de Deus. Veja os versículos 15-19:


“Houve grande espanto no arraial, no campo e entre todo o povo. Também a guarnição e os saqueadores tremeram, e até a terra tremeu. Foi um terror causado por Deus. Em Gibeá de Benjamim, as sentinelas de Saul olharam e eis que a multidão dos filisteus se dispersava, correndo uns para cá, outros para lá. Então Saul disse ao povo que estava com ele: — Contem os soldados e vejam quem é que saiu do acampamento. Contaram, e eis que nem Jônatas nem o seu escudeiro estavam ali. Saul disse a Aías: — Traga aqui a arca de Deus. Isso porque, naquele dia, ela estava com os filhos de Israel. Enquanto Saul falava ao sacerdote, o alvoroço que havia no arraial dos filisteus aumentava cada vez mais. Então Saul disse ao sacerdote: — Desista de trazer a arca”.


“Foi um terror causado por Deus.  Hebr., Um tremor de Deus: isto é, do próprio envio de Deus. Ele mesmo era um terror para eles; um mal que Jeremias tanto depreciou, Jr 17:17 como o maior de todos os outros” - (Trapp)


Jônatas e seu escudeiro atacam com fé, mas é Deus quem dá a vitória. Deus envia um pânico de impulso divino ao acampamento inimigo junto com um terremoto na hora certa. Saul e seus homens tinham medo do inimigo, mas agora a situação mudou, e o inimigo tem medo de seu Deus.


Os vigias de Saul veem as forças inimigas se dispersando e reportam a Saul. Saul pede outra contagem e descobre que Jônatas e o escudeiro estão desaparecidos. Sim, Saul está contando suas tropas novamente. Há uma lição aí também. Em algum momento da vida, você precisa parar de contar e começar a se mover. Então Saul mostra mais incoerência quando pede a arca para perguntar a vontade de Deus sobre o assunto e, em seguida, manda a arca embora bem no meio de sua busca pela ajuda divina. Saul simplesmente não parece saber o que fazer. Como David Tsumura comenta: “Saul é uma pessoa que ora quando deve agir e age quando deve orar”. E é claro que precisamos fazer as duas coisas.


Jônatas usou sua fé e espada, mas Deus fez o que Jônatas não podia fazer - enviou um grande terremoto para aterrorizar os filisteus. Muitas vezes, esperamos que Deus faça o que podemos fazer. Mas Deus muitas vezes fará milagres – o que somente Ele pode fazer – se fizermos o que podemos fazer.


“Saul, por outro lado, não ouve a Deus. Vemos isso nos versículos dezoito e dezenove. Nesses versículos, Saul começa a buscar a orientação de Deus – ele chama Aías, o sacerdote, e pede que ele tire a sorte para determinar a vontade de Deus, provavelmente usando o éfode. Ele pede a direção de Deus... e então, antes que o sacerdote dê uma resposta de Deus, Saul o interrompe. Isso é o que acontece no versículo dezenove. É um ato sem paralelo nas Escrituras. Ele faz uma pergunta a Deus e então decide que não quer esperar pela resposta de Deus. O pecado de Saul no capítulo treze consistiu de sua recusa em ouvir a Deus, e agora Saul agrava isso ainda mais. Como disse um comentarista: “Em Micmás, Saul silenciou o Senhor; e em resposta o Senhor ficou em silêncio. Mais tarde, quando Saul procurou Javé, ele se recusou a responder”. [Leithart, 91] –(Steven Nicoletti)


Lemos em 2 Crônicas 20:15 : “Escutem com atenção, todo o Judá, moradores de Jerusalém e rei Josafá! Assim diz o Senhor: “Não tenham medo nem se assustem por causa desta grande multidão, pois esta batalha não é de vocês, mas de Deus”.


Portanto, essa é a primeira coisa que vemos aqui. A batalha pertence ao Senhor. Quando você está no meio de uma confusão, que grande encorajamento saber que a batalha, em última análise, não é sua, mas de Deus. Você só precisa ser crer.


“Para ‘a arca’, alguns leem ‘o éfode’, devido à improbabilidade da arca estar com Saul neste momento, e do verbo ‘traga aqui’ nunca ser aplicado à arca, mas regularmente ao éfode (1Samuel 23: 9; 1 Samuel 30:7). Além disso, não a arca, mas o éfode com Urim e Tumim, era o instrumento apropriado para consultar o Senhor. Se, no entanto, o texto hebraico estiver correto, eles devem ter trazido a arca para o acampamento de Saul de Quiriate-Jearim (1 Samuel 7.1), possivelmente para estar a salvo dos filisteus. Retire a tua mão (ARA) – ou seja, “Desista de trazer a arca”. Saul, em sua impaciência para se juntar à batalha, não esperou a resposta de Deus, que ele desejava que Aías perguntasse; assim como mais tarde 1 Samuel 14:35 ele não esperaria para terminar o altar que ele havia começado a construir. Se ele agora esperasse, sem dúvida teria evitado o erro em que caiu” -(Albert  Barnes).


Hipócritas em apuros se dirigem a Deus, não tanto para servi-lo, mas para servir-se a eles: pois em outro momento eles se consideram homens bons o suficiente; e agem como se fossem deuses mesquinhos dentro de si mesmos.


   B. Sua fé vai encorajar outros a confiar em Deus (vs.20-23)

      - 1 Tessalonicenses 3: 7 ; 1 Timóteo 4:12


E a segunda coisa aqui é esta: sua fé vai encorajar outros a confiar em Deus. Veja os versículos 20-23:


“Saul e todo o povo que estava com ele se reuniram e foram à batalha. E eis que a espada de um era contra o outro, e houve grande tumulto. Também os hebreus que anteriormente haviam estado com os filisteus e que tinham ido com eles ao arraial, também estes se juntaram com os israelitas que estavam com Saul e Jônatas. Quando todos os homens de Israel que estavam escondidos na região montanhosa de Efraim ouviram que os filisteus estavam fugindo, também eles entraram na batalha e os perseguiram. Assim o Senhor livrou Israel naquele dia. E a batalha passou além de Bete-Áven”.


“Agora os hebreus que estiveram com os filisteus em tempos passados, e até mesmo faziam parte do exército dos filisteus, até eles se voltaram em favor de Saul e Jônatas.  Anteriormente, os soldados abandonaram Saul e se alinharam com a causa filistéia, talvez em busca de um melhor negócio, já que os filisteus são os que têm as armas e afiação dos metais.  Uma vez que esta situação traiçoeira não foi revelada pela narração, até este ponto, o leitor é compelido a concordar com a opinião de Kyle McCarter (1981: 241) avaliação dos desertores: ‘… eles eram israelitas leais que desertaram em tempos de aflição e que agora retornam novamente como as fortunas da guerra’.  É claro que as democracias ocidentais sabem pouco sobre a mentalidade de movimento do eleitorado, mas ainda é preciso simpatizar com Saul neste caso: pressionados por todos os lados, agora descobrirá que algumas de suas tropas realmente fugiram para o lado filisteu. Esses ‘hebreus’ não são os únicos que vão e voltam para a causa israelita.  O leitor é ainda informado em 14.22 que aqueles israelitas que anteriormente ‘se esconderam’ em buracos e tumbas são agora reunindo a seus antigos companheiros de armas.  Um intérprete generoso pode sugerir que eles são levados pelo sentimento a se comprometerem com Israel, mas a razão mais provável é que eles são mais motivados pelo dinheiro da pilhagem do que pela lealdade ao rei e ao país” – (Keith Bodner).


Por causa da fé de Jônatas, Saul e seus homens entraram na batalha. Aqueles que haviam desertado para o outro lado voltaram para Israel e se juntaram à batalha. Aqueles que ainda estavam escondidos saíram do esconderijo e se juntaram à batalha.


Quando você age com ousadia e com fé, sua fé encoraja outros a confiar em Deus também. Foi verdade para Paulo no Novo Testamento. Paulo escreveu aos tessalonicenses em 1 Tessalonicenses 3: 7 : “sim, irmãos, por isso, ficamos animados a respeito de vocês, pela fé que vocês têm, apesar de toda a nossa necessidade e tribulação”. E Paulo escreveu a Timóteo em Éfeso: “Ninguém o despreze por você ser jovem; pelo contrário, seja um exemplo para os fiéis, na palavra, na conduta, no amor, na fé, na pureza” (1Timóteo 4:12).


Jônatas agiu com ousadia. Sua fé inspirou outros a se juntarem à batalha. Mas a conclusão é encontrada no versículo 23: “Assim o Senhor livrou Israel naquele dia.” Deus livrou Israel por meio da fé de Jônatas e apesar de Saul.


“Sabemos que não teríamos feito melhor do que Saul. Mas em Jônatas nos são dado um vislumbre do tipo de líder que precisamos - aquele que sabe que o poder, a sabedoria e a bondade de Deus são suficientes para confiar nele totalmente. A mensagem da Bíblia é que tal líder, tal rei, já chegou. Ele é o primeiro homem a confiar plenamente e obedecer a Deus (Filipenses 2:8). Ele tornou-se o pioneiro e aperfeiçoador de nossa fé (Hebreus 12:2)... Considere Jônatas.  E então considere Jesus!” – ( John Woodhouse).


CONCLUSÃO: Nunca Israel apareceu em situação mais aflita: não tem coragem nem armas. Seus inimigos estão no portão; e eles sem lugar para onde fugir, ou poder para resistir: mas, por causa de seu próprio nome, Deus não abandonará totalmente seu povo, embora eles mereçam com tanta justiça.


 A situação parecia desesperadora para Israel, mas Jônatas olhou além das circunstâncias para o Senhor.  Como Calebe, sua confiança estava em Deus (Nm 13:30; 14:6-9).  Ele sabia que o Senhor poderia “salvar com  muitos ou com poucos” (1 Samuel 14:6).  Que encorajamento Jônatas deve ser para nós em nosso serviço ao Senhor. Sua fé e coragem o elevaram acima de qualquer ansiedade.  Sua primeira preocupação foi honrar ao Senhor.  Pela graça de Deus, esforcemo-nos por defender este mesmo princípio, “olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus” (Hebreus 12:2).  


O ataque de Jônatas e seu escudeiro em Micmás foi um ato de fé, não uma aventura imprudente. As palavras zombeteiras dos filisteus foram transformadas em um desafio para que os rapazes demonstrassem fé em Deus.


Deus é a maioria. Não importa a circunstância, qualquer número mais Deus é a maioria. Quando a batalha é vencida pela mão de Deus, o número de pessoas necessárias para lutar é irrelevante.


Deus realmente usou Jônatas, mas não foi a vitória de Jônatas. Foi a vitória do SENHOR. Deus está apenas esperando por alguém com a confiança ousada de Jônatas.


“Observação: (1) A grandeza do perigo serve apenas para o exercício mais glorioso da fé nos santos de Deus. (2) Quaisquer que sejam nossas dificuldades, se tivermos a Onipotência do nosso lado, podemos avançar com ousadia. (3) É bom seguir as orientações da Providência. (4) Aqueles que se divertem no Israel de Deus o farão às suas custas. (5) Deus pode com terrores secretos alcançar os corações de seus inimigos e voltar suas próprias espadas contra eles. (6) Aqueles que entregam seus caminhos ao Senhor descobrirão que ele pode realizar os eventos mais improváveis. Nenhum homem jamais confiou nele, e ficou confuso” – (Thomas Coke)


Pr. Severino Borkoski