quarta-feira, 2 de junho de 2021

ROM. 1: 1 AS CREDENCIAIS DE PAULO, O APÓSTOLO (Parte 1)

 ROM.  1: 1 AS CREDENCIAIS DE PAULO, O APÓSTOLO (Parte 1)


 "Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo, separado para o evangelho de Deus" (Romanos 1:1).


 Embarcaremos em um estudo do que talvez seja o maior livro do Novo Testamento.  Romanos é, sem dúvida, a maior obra teológica do Apóstolo Paulo. Ao tratar de estimar a importância da carta aos romanos, João Calvino disse: "Quando qualquer pessoa adquire um conhecimento desta epístola, se abre ante ele uma porta de acceso aos tesouros mais recônditos das Escrituras". 

Martinho Lutero disse que romanos é "a parte central do Novo Testamento é o Evangelho mais deputado. Frederik Godet, o notório comentarista bíblico suizo, chamou ao livro de romanos " a catedral da fé cristã".  Sem dúvida, este livro foi responsável por mais mudanças na igreja do que qualquer outro.


A maioria, senão todos, os grandes avivamentos e reformas na história da igreja, tem sido  relacionados diretamente com a carta aos romanos.

 Foi este livro que em setembro de 386 DC tocou o coração de um nativo do Norte da África que era professor na cidade de Milão, Itália.  Enquanto Agostinho chorava no jardim de um amigo enquanto contemplava a maldade de sua vida, ele ouviu uma criança cantando: "Tolle, lege. Tolle, lege."  Palavras do latim que significam: "Pegue e leia. Pegue e leia".  Ao lado de Agostinho estava um rolo aberto do Livro de Romanos.  Ele o pegou e leu os primeiros versos que chamaram sua atenção.  Eles eram Romanos 13: 13-14. Este homem escreveu posteriormente acerca daquela ocasião: Não quis ler mais nada que isso, nem tampouco necessitava; porque no mesmo instante em que terminei a frase, como por uma luz de segurança infundida em meu coração, todo pensamento de dúvida se desvaneceu ( confissões, Livro 8, capítulo 12).  Esses versículos ocasionaram  a conversão de Agostinho e ele se tornou, na mente de muitos, um dos maiores teólogos e líderes da história da igreja.


 Um pouco mais de mil  anos depois, um monge católico romano da Ordem Agostiniana chamado Martinho Lutero, que era professor na Universidade de Wittenburg, na Alemanha, estava ensinando o Livro de Romanos a seus alunos.  Enquanto ele estudava o texto, seu coração foi preso pelo tema da justificação pela fé, Romanos  1:17. Ele escreveu: "Eu anelava entender a Epístola de Paulo aos Romanos, e nenhuma coisa havia cruzado em meu caminho exceto por essa só expressão: 'a justiça de Deus', porque eu entendi que se referia aquela justiça pela qual Deus é justo e trata com justiça aos injustos por meio do castigo... Noite após noite meditei nela até  que... captei a verdade segundo a qual a justiça é a pura misericórdia,  Ele nos justifica por fé." ( Cp. Baren Klaas Kuiper, Martin Luther por. 198 - 208). O Espírito Santo conservou este versículo para trazer Lutero a Cristo e a Reforma ao mundo.


 Vários séculos mais tarde, um ministro ordenado na Igreja da Inglaterra chamado John Wesley estava atravessando por uma confusão similar acerca do significado do evangelho e se encontrava na busca de uma experiência genuína de salvação.   

Em 24 de maio de 1738, Ele escreveu em seu diário:

Assisti de não bom ânimo a uma reunião social na rua Aldersgate, onde alguém estava lendo o prefácio de Lutero a epístola aos romanos... enquanto ele descrevia a mudança que Deus fez no coração mediante a fé em Cristo,  senti um estranho calor em meu coração. Senti que confiava em Cristo, e somente em Cristo, para minha salvação; é também me foi dada uma segurança de que Ele havia levado meus pecados, inclusive a mim mesmo, e que me havia salvado da lei do pecado e da morte.

 Então John, junto com seu irmão Charles, seriam os instrumentos  que Deus usaria para trazer o grande avivamento wesleyano ao mundo.


O que é que tem romanos que faz tanto para transformar vidas e moldar a história? A resposta é que romanos trata do Evangelho.

Romanos é em sua essência uma carta sobre o Evangelho. Está escrita por um homem marcado pelo Evangelho: Sua vida e obra giram em torno do Evangelho, e mostram a diferença que o Evangelho traz e produz. Não deve surpreedermos que o início da carta trata sobre o Evangelho.


 Nos próximos meses, conforme a orientação do Senhor, pretendo pregar este grande livro versículo por versículo.  Ao fazer isso, descobriremos  que muitas perguntas sobre Deus e o que Ele nos deu em Jesus serão respondidas.  Este é um livro impossível de se esgotar.  Isso cativará as mentes teológicas mais brilhantes e levará os mais humildes dos servos de Deus às lágrimas.


 Romanos foi escrito pelo Apóstolo Paulo entre 56 ou 57 DC da cidade de Corinto, enquanto Paulo estava em sua terceira viagem missionária.  A Bíblia nos diz que depois que Paulo foi salvo, ele passou três  anos na Arábia, Galatas  1: 17-18.  Durante esse tempo, ele estudou os escritos do Antigo Testamento e como eles falam de Jesus.  Quando ele voltou a Jerusalém, ele veio com esta grande epístola ardendo em seu coração. 


 À medida que Paulo fala sobre si mesmo e seu ministério, ele também lança alguma luz sobre nossa missão ao longo da vida.  Esta é a introdução mais longa de qualquer uma das epístolas do Novo Testamento.  É também o mais rico em conteúdo teológico.  Vamos passar alguns minutos aqui enquanto consideramos as credenciais do apóstolo Paulo.


UMA MÁ NOTÍCIA 


Os seres humanos se encontram debaixo de um poder aterrador que afeta no centro mesmo do seu ser. Este poder não se vigia ou controla de alguma maneira. Os propulsa a sua autodestruição de uma ou de outra forma. Esse poder é o pecado, que nunca deixa de ser uma má notícia para todos.

O pecado é uma má notícia em todas as dimensões da vida. Entre algumas de suas consequências se encontram quatro subprodutos que trazem miséria e pesar em um mundo cativo. 

 Primeiro, o pecado  tem em sua raíz o egoísmo ( Isaías 14.13-14; Genesis 2.16-17; 3.1-7). O elemento básico da natureza humana caída é sua exaltação de si mesmo e do ego individual.

Por natureza o homem centra sua vida em si mesmo e está inclinado a fazer as coisas a sua maneira. Está disposto a levar seu egocentrismo até onde permitam as circunstâncias e a tolerância da sociedade.


Segundo, o pecado produz culpa, que é outra modalidade de má notícia. Igual a dor física, a culpa é uma advertência dada por Deus para saber que algo não está bem, e tem que ser corrigido. Quando a culpa é ignorada ou suprimida continua crescendo e fazendo -se mais intensa, a qual traz consigo ansiedade, falta de sono, e muitas outras aflições espirituais e físicas. Muitas pessoas tratam de eliminar essas aflições encobrindo-as com poses, dinheiro, álcool, drogas, sexo, viagens e psicoanálises. Tratam de abafar sua culpa culpando a sociedade, seus pais, etc..., inclusive Deus mesmo. Porém a noção irreparável de culpar as outras pessoas e coisas,  não faz mais que agravar a culpa é incrementar as aflições que acompanham.


 Terceiro, o pecado produz falta de sentido que é outra modalidade de má notícia que tem chegado a proporções endêmicas em tempos modernos. A vida se converte em um ciclo interminável de intentos para encher um vacio que não pode ser enchido. O resultado é futilidade e desesperança.

Nas palavras usadas por Edna St. Vincent Millay em seu poema "lamento", essa pessoa somente pode dizer: A vida deve continuar; ainda que acabo de esquecer porque.


 Um quarto elemento em cadeias de más notícias, que traz o pecado é a falta de esperança que lhe faz companhia a falta de sentido. A pessoa egoísta consumada perde a esperança, tanto para esta vida como para a vindoura.

Porém a essência da carta de Paulo aos romanos é que há uma notícia que é verdadeiramente boa (Romanos 15.16). Ele traz as boas novas de que em Cristo o pecado pode ser perdoado, o egocentrismo pode ser vencido, a culpa pode ser tirada, a ansiedade pode ser aliviada, e certamente a vida pode ter esperança e glória eterna. 


1. OS FATOS SOBRE O MENSAGEIRO


 A. Sua condição - Quando Paulo começa seus comentários aos cristãos romanos, ele não começa a se gabar de seu ofício.  Ele começa a proclamar-se um "servo".Como os cristãos o usavam, o termo transmite a ideia de completa e absoluta devoção,  não a abjeta que era a condição normal do escravo. Paulo esta afirmando que ele pertence a Cristo sem reservas.

  A palavra significa um "escravo vinculado".  Isso traz à mente a "lei do escravo" do Antigo Testamento.  De acordo com esta lei, um escravo pode recusar sua liberdade e pode escolher permanecer com seu mestre para sempre, Êx.  21: 1-6.  Em vez de se exaltar perante os romanos, Paulo escolheu humilhar-se.  Esse era o segredo da grandeza de Paulo!  Paulo sabia que, como um escravo, ele não tinha direitos pessoais.  Sua vida foi ditada a ele pelo Mestre.  Ele estava totalmente entregue à vontade de Deus.  


 Está  é uma lição que o cristão moderno precisa aprender. Tem muitos que se sentem que estão no controle de suas vidas e que têm o direito de fazer o que quiserem e de tomar suas decisões pessoais. Precisamos nos lembrar que quando fomos  salvos por  Jesus Cristo, nos tornamos Seus servos! Ele nos comprou, e agora Ele nos possui completamente - 1 Coríntios 6: 19-20.


 Esta imagem da escravidão era comum para os leitores de Paulo. No entanto, não a entendemos tão bem. Portanto, gostaria de compartilhar alguns fatos sobre escravos e escravidão. Quero que você deixe o Senhor falar ao seu  coração sobre o seu relacionamento com Jesus e sobre o seu próprio nível de rendição a ele.


 1. O escravo era totalmente propriedade do seu senhor.  No sentido espiritual, Jesus viu uma condição miserável em nós  e nos comprou para Si mesmo.  Ele nos fez Sua possessão, Ap.  5: 9.


 2. O escravo existia para seu senhor.  Ele não tinha outra razão para sua existência.  Ele não tinha direitos próprios.  Os únicos direitos que ele tinha eram os do seu senhor.


 3. O escravo existia para servir ao seu senhor.  Ele não tinha outro propósito na vida a não ser fazer o que o seu dono queria que fizesse.  Ele deveria estar à disposição do se senhor  a qualquer hora do dia ou da noite.  É assim que Paulo se sente. Nossas vidas devem ser vividas para a glória do Senhor.  Devemos fazer a Sua vontade totalmente e sem questionar!  (Ef. 6: 6)


 4. Até a vontade do escravo pertencia exclusivamente ao seu senhor.  Ele não tinha nenhuma vontade ou ambição fora do que seu dono permitia que  tivesse.  Em outras palavras, deveria haver uma rendição total de todas as partes dos escravos à vontade do amo, 2Co.  10: 5.


 5. Observe que quando Paulo menciona seu Senhor, ele não é outro senão o Senhor Jesus.  A vida de um escravo, fosse boa ou má, dependia do caráter de seu senhor.  No caso do crente, nosso Senhor é Jesus!  Portanto, em vez de nos encolhermos e nos encolhermos de medo diante daquele que chamamos de Senhor, somos servos que foram elevados ao status de sacerdotes e reis.  Essa é uma posição de honra perante o Senhor.  Somos talvez os únicos escravos na história que têm permissão para sentar-se com seu Mestre em Seu trono, Efesios.  2: 6.


 B. Seu Chamado - Paulo não era apenas um escravo de um novo Senhor, ele também era um apóstolo.  Esta palavra significa um "embaixador".  Esta palavra significa literalmente "enviado".  Ele foi uma pessoa enviada a outro país como representante do céu.  Os embaixadores geralmente carregavam consigo toda a autoridade do país e do rei que os enviava.  Paulo não era a exceção.  Ele era um representante do Rei Jesus e operava sob Sua autoridade divina.  Quando Paulo falou, ele falou pelo Senhor.  Quando ele agiu, ele agiu como um representante do trono celestial.  Sua autoridade era a própria autoridade do próprio Deus.


Talvez uma melhor transcrição seria "um apóstolo chamado", o qual aponta com maior claridade ao fato de que sua posição como apóstolo não era algo que tivera alcançado por si mesmo. Ele não se ofereceu como voluntário para exercer tal ofício, nem tampouco foi elegido por irmão na fé. Ele recebeu um chamado divino por parte do Senhor Jesus Cristo mesmo.


Deus havia designado uma tarefa que nunca havia sonhando, nem pedido, e ele sabia que estaria em sérios problemas se não fosse obediente no cumprimento de sua comissão divina (1 Co 9.16).


Apóstolo é a tradução de apóstolos, que tem o significado básico de uma pessoa que é enviada. Se refere a alguém que é  oficialmente comissionado para exercer uma posição ou realizar certos ofícios, como é o caso de um emissário ou embaixador. 

Em seu sentido mais amplo, apóstolo pode referir -se a todos os crentes, porque cada crente é enviando ao mundo como uma testemunha de Cristo, porém o termo se emprega principalmente como um título específico e único designando treze ou quatorze homens no Novo Testamento ( Os doze, incluindo a Matias que substituiu a Judas, e Paulo), a quem Cristo escolheu e comissionou pessoalmente para proclamar o evangelho e guiar a igreja primitiva com autoridade do céu.

Alguns líderes religiosos não somente não apresentam evidência alguma de haver sido chamados por Deus para pregar e ensinar em seu nome, senão que dão mui poucas evidências de sua salvação.

Os pregadores do evangelho devem primeiro que tudo estarem seguros de ser em verdade redemidos, e em segundo lugar que estejam seguros de haver sido chamados por Deus para exercer seu ministério.


  O que tudo isso significa para nós?


 1. É digno de nota que Paulo era o que era pela vontade de Deus.  Observe que ele foi "Chamado".  Paulo não decidiu apenas entrar no ministério, nem amigos e familiares o persuadiram de que era o que ele deveria fazer.  Ele foi colocado no ministério pela vontade soberana do Deus Todo-Poderoso, 1 Tim.  1: 12-14.  Paulo se tornou o que ele fez pela graça de Deus que estava operando em sua vida, 1 Co  15:10.  Assim como Deus escolheu e colocou Paulo, Ele também faz o mesmo por você e por mim.  Ele nos coloca em Sua obra do reino quando e onde Lhe agrada, 1 Co  12: 11,18

Paulo nunca pensou em si mesmo como um homem que aspirava a uma honra; Pensou em si mesmo como um homem que havia sido dado uma tarefa.


 2. Se Jesus  pôde derrotar seu pior inimigo, 1 Tim.  1:15, e torná-lo Seu maior mensageiro, então Deus pode usar sua vida para Sua glória.  Nunca deixe o Diabo ou qualquer pessoa lhe dizer que Deus não pode e não usará sua vida para Sua glória.  Ele o salvou por Sua graça e quer usá-lo para trazer outros a Ele.  Ele tem um lugar de serviço para você e o colocará lá se você se render a ele.


 3. Embora não tenhamos o ofício  de apóstolo, somos os embaixadores do céu.  Deus nos comissionou para sermos Seus porta-vozes para um mundo perdido e moribundo.  Na verdade, a Bíblia nos diz claramente que somos as próprias palavras de Deus escritas para falar aos povos do mundo, 2 Coríntios.  3: 2-3.  Quando o mundo vir a você e a mim, deixe-os sempre ver um povo que está  comprometido com a vontade de Deus no mundo.  Eles precisam ver  como os representantes do céu, Fil.  1:27.  Como o sal em um mundo insosso, devemos temperar nossas vidas com a glória de Deus e criar nos outros uma sede pelas coisas de Deus, Mat.  5: 13-16.)


 C. Sua Comissão - a próxima declaração de Paulo nos diz que ele foi "separado" para o Evangelho de Deus.

O termo separado no grego aphorizo, "oferecer", " apresentar", "dedicar" e "separar", se emprega para referir -se a separação dos primogênitos para serem dedicados a Deus, ao ato de oferecer a Deus os primeiros frutos, a consagração dos levitas para Deus, e a separação de Israel entre outros povos para ser de Deus ( Lv 20.26; Ex 13.12; Nm 15.20; 8.11-14).

Ainda que Paulo mesmo havia sido no passado o fariseu mais fervoroso e veemente de todos os fariseus autodesignados, agora ele havia sido separado por meios divinos, não humanos. Deus lhe revelou que havia sido separado pela graça de Deus desde o ventre materno (Gl 1.15).


  Existem algumas grandes bênçãos contidas nesta pequena frase.


 1. Separado - Esta palavra tem a ideia de ser "separado".  Paulo está nos dizendo que sua vida foi separada para a glória de Deus e para o Senhor Jesus Cristo.  Isso significa literalmente que nada mais importava para Paulo, exceto as coisas que importavam para Deus.


 As pessoas estão preocupadas em estar separadas do mundo. Elas vão te dizer que você tem que parar de fazer essa coisa ou outra para ficarem perfeitamente separadas. A vida delas gira em torno do que elas podem e não podem fazer. Eu pessoalmente acredito que pessoas assim estão perdendo o tempo. Nossa atitude  não é nos separar do mundo, é nos separar para Cristo. Se estamos separados para Jesus, então estamos automaticamente separados do mundo. Se eu moro em uma área, então é impossível para mim morar em outra! Então, se eu realmente quero me separar do mundo, e eu acho que isso é o que Deus quer, 2 Coríntios 6:17, então o segredo está em devotar totalmente minha vida ao Senhor Jesus Cristo. Se eu viver para agradá-Lo, não terei problemas com o mundo!)


 2. A palavra traduzida como "separado" é a mesma palavra da qual obtemos a palavra "horizonte".  O sentido desta palavra é literalmente "fora do horizonte".  Isso nos diz que os horizontes de Paulo haviam mudado.  Antes, ele estava caminhando  em um inferno religioso, vivendo uma vida de legalismo e rebelião contra Cristo.  Agora, sua vida mudou e ele caminha para um novo horizonte.  Sua vida é radicalmente diferente.


  Assim é com todo filho de Deus que está no mundo hoje. Fomos transformados para sempre! Estamos caminhando para um novo horizonte. Antes, nosso destino era uma eternidade no Inferno. Agora, fomos salvos e estamos  indo  para o Céu para estar com o Senhor para sempre. Antes, nossas vidas eram cheias de pecado e rebelião. Agora, fomos chamados como embaixadores do reino dos céus. Os próprios representantes de Deus no mundo hoje.


 3. Paulo então nos diz que ele foi separado para o "Evangelho de Deus".

O termo Evangelion (evangelho) se emprega umas sessenta vezes nesta epístola. William Tyndade o define como "novas de gozo). São as boas novas de que Deus está disposto a livrarnos de nossos pecados egoísta, fazernos livres de nossas cargas de culpa, e dar significado a vida fazendo que seja vivida em abundância.


A característica mais importante do evangelho é que é de Deus.

Evangelion era um termo comum que se empregava no culto ao imperador, o qual por sua vez era bastante comum nos tempos de Paulo. Muitos dos césares reclamavam a deidade para eles mesmos e exigiam adoração de todos os súditos do império, sendo livres ou escravos, ricos ou pobres, célebres ou desconhecidos. Os eventos favoráveis relacionados com a vida do imperador eram proclamados aos cidadãos como "boas novas" . O arauto se colocava em pé na praça central e exclamava: "Boa nova!" A esposa do imperador deu a luz um filho, ou "Boa nova!" O herdeiro do imperador acaba de chegar a idade adulta, ou "Boa nova!"  O novo imperador acendeu ao trono.


Devido a que estava escrevendo a crentes na capital romana, Paulo queria assegurar-se de que seus leitores entenderiam que as boas novas proclamadas por ele pertenciam a uma ordem de ideias totalmente diferente aos próprios anúncios triviais e vãos dos imperadores. O fato de que procede de Deus significa que Deus é a fonte mesma do anúncio, não se trata das boas novas do homem, senão das boas novas de Deus para o homem.


  Sua comissão é levar as "boas novas" de Jesus a um mundo preso no pecado e na perdição.  Este Evangelho é uma mensagem especial.  Observe isso:


 a.  É o Evangelho de Deus - Esta mensagem não se originou na mente do homem.  Veio do coração de Deus.  O plano que culminaria com a morte de Jesus na cruz e a ressurreição entre os  mortos foi e é o plano de Deus.  Foi planejado muito antes do homem estar na terra, Ap 13: 8.  Se o homem tivesse desenvolvido o plano de salvação, certamente teria incluído obras e rituais religiosos.  As pessoas adoram esse tipo de coisa.  Deus, por outro lado, fixou isso para que pecadores perdidos pudessem vir a Ele gratuitamente, na fé e receber a salvação eterna pela graça de Deus, Ef.  2: 8-9.


 b.  É um Evangelho nascido no coração de Deus - Por que Deus quer ir tão longe para salvar o mundo e levar Sua mensagem ao mundo?  A resposta é que Deus é amor, 1 João 4: 8 e que Ele não quer ver um único pecador morrer sem Ele, 2 Ped.  3: 9.  Seu amor é tão grande que nada parará de  divulgar a sua mensagem.  Ele usará  pessoas como você e eu.


 Considere por um momento aquelas pessoas que Deus chama para o ministério!


 O ilustre pregador expositivo Donald Banhouse contou a fascinante lenda de um jovem francês a quem sua mãe amava muito. No entanto, quando este jovem atingiu a idade adulta, ele se apaixonou por uma pessoa muito perversa  jovem que conseguiu conquistar sua devoção total. Quando a mãe do jovem tentou afastar o filho dessa relação perversa e ímpia, a jovem ficou extremamente zangada. Disse ao amante que se ele realmente a amasse, ele provaria  indo para a casa de sua mãe, matando-a e voltando com o coração dela para provar que ele havia cometido o crime. Este jovem resistiu, mas sua namorada continuou a pressioná-lo, até que uma noite, embriagado, ele foi para a casa de sua mãe  , matou-a e arrancou o coração dela. Ao voltar para a casa da namorada. Ao entrar pela porta, tropeçou e caiu no chão. Quando o fez, o coração gritou: "Filho, você está ferido ? "


 Não é assim que as coisas são entre Deus e o homem? Ele nos criou, nos ama e ainda assim o homem se levanta em rebelião contra Deus, finalmente participando da morte de Deus no Calvário. Mesmo com tudo isso contra nós, Deus ainda vê nossa dor e condição e estende a mão para consertar as coisas entre nós e Ele. Quando fazemos tudo para manter o Senhor fora de nossas vidas, Ele ainda nos lembra de Seu amor e nos chama para virmos a Ele. Seu Evangelho certamente é a Boa Nova!


 c.  É o único Evangelho que salvará os perdidos - Deus só conhece um plano que salvará a alma perdida - Atos 16: 3;  Atos 4:12;  João 3:16.


 d.  Nós somos os mensageiros deste Evangelho nos dias atuais - Assim como Paulo foi separado no primeiro século para levar o Evangelho aos perdidos, somos chamados a fazer o mesmo hoje.  A mensagem é tão preciosa e a necessidade é  tão grande.  Nosso dever é nos submeter à vontade do Senhor para nossas vidas e ser Seus embaixadores no mundo.  O que estamos fazendo para divulgar o Evangelho?


 Ao encerrar esta primeira mensagem de Romanos, não cobrimos muito território do ponto de vista dos versículos abordados.  No entanto, acho que você vai concordar comigo que as coisas que foram ditas  são de imenso valor eterno e prático.  Paulo se considerava um escravo de Jesus, um embaixador de Deus e um proclamador das boas novas da salvação por meio do Senhor Jesus Cristo.  Você sabia que Deus tem a mesma expectativa para você e para mim?  Sua vontade é que saiamos a este mundo com Sua mensagem, como Seus representantes em Seu Nome e poder e que falemos Suas Boas Novas para aqueles que estão perecendo.  Quando nos colocamos ao lado do grande Apóstolo, como nos situamos?  O que podemos fazer mais?  Estamos rendidos ao nível que deveríamos estar?  Estamos consumidos com o peso dos perdidos e com a necessidade de divulgar o Evangelho?

Pr. Severino Borkoski 


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